Publicado em 30/11/2016 às 16h53.

Três vereadores podem ser secretários; missão de Câmara é unir PSDB

Equação de Neto tem Geraldo Júnior em pasta nova, Alberto Braga no segundo escalão e um Teorema de Fermat para acomodar tucanos

Evilasio Junior
Foto: Gilberto Junior/ Agecom
Foto: Gilberto Junior/ Agecom

 

Pelo menos três vereadores da próxima legislatura devem integrar a equipe da nova gestão do prefeito ACM Neto (DEM) em Salvador. Nos corredores do Palácio Thomé de Souza são dados como certos os nomes de Geraldo Júnior (SD), na estreante pasta de Trabalho, Esportes e Lazer, Alberto Braga (PSC), em um cargo do segundo escalão (a definir), e Paulo Câmara (PSDB), com duas possibilidades.

O objetivo com as duas primeiras peças é “subir” os suplentes Jota Carlos Filho (SD), com quem o democrata assumiu compromisso, e Ricardo Almeida (PSC), advogado e marido de uma prima da vereadora Lorena Brandão, simplesmente para atender ao pedido do pastor da Igreja Batista, Milton Ebenezer. Em relação ao acerto com o político do Solidariedade, a preferência do prefeito era indicar Henrique Carballal (PV), porém a promotora Rita Tourinho já deixou claro que pode complicar a vida do verde, que terá como “prêmio” uma função de maior visibilidade, possivelmente a liderança de governo. O terceiro cálculo da equação é mais complexo.

Vencido na disputa pela presidência do Legislativo, há dois mandatos sob o seu comando, Câmara foi convidado a assumir a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), mas queixou-se do tamanho do desafio, embora a estrutura seja “reestruturada e fortalecida”, conforme o projeto enviado pelo Executivo para apreciação dos edis. Além de ter sido o órgão responsável pela ascensão do deputado estadual Bruno Reis (PMDB), vice-prefeito eleito.

A própria Semps também é especulada para a deputada federal Tia Eron (PRB), que seria agraciada no seu objetivo de postular o Senado em 2018, devido à inserção popular do trabalho. A movimentação com a representante da Universal faria Neto ainda sanar um “débito” com o Pastor Luciano (ex-DEM, hoje no PMB), que, como segundo aspirante da coligação DEM / PMDB / PSDB / PTN / SD / Pros / PRB / PSC – o primeiro é Luiz Argôlo, mas está preso no âmbito da Operação Lava Jato – voltaria a Brasília. Não obstante, o PRB dispõe de outros quadros e pode ser abençoado com diferentes ofertas.

No caso do PSDB, por meio do prestígio de três deputados federais, a agremiação controla atualmente a Ordem Pública, com Rosemma Maluf, indicada por Jutahy Magalhães Jr., e a Diretoria de Iluminação Pública, sob a batuta de Bruno Oitaven Barral, ligado a João Gualberto. Câmara é do grupo de Antonio Imbassahy, que recentemente cobrou do prefeito a garantia de participação na nova gestão, devido à iminente derrota do afilhado para Léo Prates (DEM) na CMS.

No entanto, para ganhar uma pasta de orçamento mais robusto, o prefeito delegou a Paulo Câmara a seguinte missão: unir os três parlamentares da sua sigla para que ou a Saúde ou a Educação entre na cota da legenda, não apenas de um ou outro congressista. Do contrário, ele pega a Semps e o partido mantém mais uma secretaria de menor peso, como a Semop. Em tese, a sua própria “subida” ao primeiro escalão já eliminaria o estresse com Rosemma, uma vez que Sérgio Nogueira, candidato da secretária na última eleição proporcional, assumiria a vereança.

Além de equacionar um Teorema de Fermat na tarefa de conectar Jutahy, Gualberto e Imbassahy, que não se bicam no ninho tucano, o vereador também enfrenta a resistência dos colegas de Casa, sobretudo os alimentadores da campanha de Prates. Eles temem ser retaliados no atendimento a demandas e perda de cargos, se Câmara assumir uma secretaria de maior envergadura, e estão em campo para tentar entornar o caldo. O entendimento dos edis é de que o confrade perdeu força para afrontar, já que, sem a presidência do Legislativo, ou aceita a Semps ou voltará a ser um vereador comum, inclusive com risco de ficar de fora da composição da Mesa Diretora, caso insista em manter a candidatura à reeleição e estabeleça o bate-chapa.

O atual presidente não tem falado sobre as suas articulações e diz que só irá se manifestar a partir de 5 de dezembro, mês que se inicia nesta quinta-feira (1º).

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