Publicado em 23/03/2016 às 13h04.

Wagner, Neto, Nilo e mais 30 baianos aparecem em listas da Odebrecht

Documentos envolvem 200 nomes de políticos de todo o país e de 18 partidos que receberam dinheiro da construtora ao longo de anos

Redação
Foto : Raul Golinelli/GOVBA
Foto : Raul Golinelli/GOVBA

 

Documentos apreendidos durante a operação “Acarajé” e liberados pela força-tarefa da Operação Lava Jato nesta terça-feira (22) tiveram o efeito explosivo de uma bomba atômica. Na lista aparecem os nomes de pelo menos 200 políticos de 18 partidos e as contribuições financeiras que receberam da empreiteira ao longo de anos.

E os políticos baianos não ficaram de fora: Jaques Wagner (PT), Marcelo Nilo, recém-filiado ao PSL, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), Jutahy Magalhães (PSDB), Mário Kertész (então no PMDB) e Pedro Godinho (PMDB) aparecem entre os citados. Pelo menos 25 representantes da Bahia estão listados.

Conforme informações do Blog do Fernando Rodrigues do UOL, as planilhas estavam sob os cuidados de Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no meio empresarial como “BJ’.

As planilhas são um  riquíssimo material, que, embora não devam ser automaticamente consideradas como prova de que houve recebimento de dinheiro de caixa 2, são indícios concretos que serão investigados pela Lava Jato.

Codinomes – Também é possível conhecer os codinomes que alguns dos políticos listados recebiam da direção da Odebrecht. Entre os baianos, Jaques Wagner, ministro do Gabinete da Presidência, é o “Passivo”; Nilo é chamado de “Rio”; o presidente estadual do PCdoB, o deputado federal Daniel Almeida, o “Comuna”; Kertész é “Roberval”; Pelegrino, “Pelé”; O deputado federal Arthur Maia, “Tuca”; o vereador Edvaldo Brito (PTB), “Candomblé”, e o seu colega de Câmara de Salvador, Paulo Magalhães Júnior (PSC), “Goleiro”.

Confira a lista completa dos baianos que aparecem na listagem da construtora:

Governador 2010

Jaques Wagner (PT) – destinado: R$ 3 milhões/ pago R$ 2,4 mi

Paulo Souto (DEM) – R$ 800 mil (destinado: 500 mil/ pago R$ 400 mil + destinado: R$ 500 mil/ pago R$ 400 mil)

Prefeituráveis

Salvador – ACM Neto (DEM) – R$ 2 milhões
Salvador – Mário Kertész (então PMDB) – R$ 1,1 milhão
Salvador – Nelson Pelegrino (PT) – R$ 1,5 milhão
Candeias – Tonha Magalhães (PR) – R$ 50 mil
Candeias – Carlos Martins (PT) – R$ 200 mil
Camaçari – Ademar Delgado (na época PT, hoje no PV) – R$ 100 mil
Camaçari – Maurício Bacelar (PTN) – R$ 100 mil
Dias D’Ávila – Jussara Márcia (PT) – R$ 50 mil
Madre de Deus – Carmen Gandarella (PT) – R$ 50 mil
Madre de Deus – Jefferson Andrade (PP) – R$ 50 mil
Simões Filho – Eduardo Alencar (PSD) – R$ 50 mil
Simões Filho – Dinha (PMDB) – R$ 20 mil

Deputados federais

Arthur Maia (então no PMDB, hoje no PPS) – R$ 150 mil/ R$ 100 mil (2012) + R$ 50 mil (2010)
Daniel Almeida (PCdoB) – R$ 150 mil
Jutahy Magalhães Jr. (PSDB) – R$ 180 mil/ R$ 150 mil (2012) + R$ 30 mil (2010)
João Almeida (PSDB) – R$ 50 mil
José Carlos Aleluia (DEM) – R$ 150 mil

Deputados estaduais

Marcelo Nilo (PDT na época, hoje no PSL) – R$ 300 mil
Leur Lomanto Júnior (PMDB) – R$ 20 mil (2010)

Vereadores

Henrique Carballal (então no PT, hoje no PV) – R$ 150 mil
Waldir Pires (PT) – R$ 100 mil
Doutor Giovani (PT) – R$ 30 mil
Arnando Lessa (PT) – R$ 20 mil
Pinheiro (PT) – R$ 10 mil
Vânia Galvão (PT) – R$ 20 mil
Léo Prates (DEM) – R$ 30 mil
Paulo Câmara (PSDB) – R$ 50 mil
Geraldo Júnior (PTN na época, hoje no SD) – R$ 80 mil
Paulo Magalhães (PSC) – R$ 80 mil
Edvaldo Brito (PTB na época, hoje no PSD) – R$ 150 mil
Pedro Godinho (PMDB) – R$ 100 mil
Camaçari – Luís Tavares (PT) – R$ 10 mil

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