Publicado em 28/01/2016 às 21h20.

Cajazeiras pode ganhar orquestra sinfônica

Há 18 anos investindo no ensino da música na grade curricular, o Centro Educacional Luz do Saber (CELS) apresenta, há três anos, grande recital com o resultado dos estudos

Redação

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Primeiro bairro planejado de Salvador e um dos mais populosos da cidade, com cerca de 700 mil habitantes, Cajazeiras pode ter em breve uma orquestra sinfônica. Esta é a proposta do Centro Educacional Luz do Saber (CELS), que comemora seus 18 anos de existência com investimento na música. A diretora da instituição, educadora Andreia Dias, afirma que o ensino da música é uma prioridade na unidade.

“Nós fazemos muito mais do que cumprir a exigência do Ministério da Educação de colocar o ensino da música na grade escolar. Nós a colocamos como uma de nossas prioridades, com projetos específicos, visando descobrir talentos, desenvolver a musicalidade com qualidade e formar artistas, além de criar oportunidades para a comunidade”.

Com essa visão, além de ofertar o curso de música para alunos do Fundamental II e do ensino médio, o CELS oferece cursos de canto, violão, violino, teclado, bateria, flauta, e até o final desse semestre oferecerá o curso de violoncelo. “Temos alunos de violino se preparando para a próxima audição de admissão nas Orquestras Sinfônicas e Corais dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba)”, revela o professor de música Paulo Reis, lembrando ainda que duas alunas do CELS passaram pela triagem para participação do The Voice Kid, chegando à fase de audição local.

A diretora Andreia Dias explica que este é o terceiro ano de atuação do CELS na área de música, que já criou a tradição de, no final do segundo semestre, apresentar o resultado do trabalho desenvolvido em um grande recital, sempre realizado em um dos teatros de Salvador, com a participação dos alunos, seus pais e convidados.

E o repertório praticado nas aulas de músicas é uma verdadeira viagem pela história da música brasileira, fazendo a junção da cultura africana, com a indígena e a européia, conforme explica o professor Paulo Reis. “Pesquisamos todos os ritmos, a exemplo do lundu e samba de roda, a valsa com influência da Áustria, e os maracás e pau de chuva dos índios, até os instrumentos eletroeletrônicos mais modernos”. Além disso, há a percussão feita com sucatas, e o trabalho de bateria ministrado pelo músico e professor George Teixeira.

As músicas de Dorival Caymmi, Chiquinha Gonzaga e Tom Jobim são temas das aulas, além de Geraldo Vandré. Suas letras de protesto são contextualizadas pelos professores, que pintam para os alunos o cenário do Brasil dos anos 60. A composição “Pra não Dizer que não Falei das Flores”, também conhecida como “Caminhando”, vencedora do III Festival Internacional da Canção da TV Globo, em 1968, tornou-se um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura durante o governo militar.

Além de planejar a implantação de uma orquestra sinfônica, o CELS tem também como meta a organização de uma orquestra de câmara, conforme revelam o professor Paulo Reis e a coordenadora de eventos Fernanda Dias. Eles contam que o colégio oferece ainda cursos livres de teoria musical, violão e canto, aberto à população do bairro, aos sábados pela manhã; violino e teclado, na sexta-feira, pela manhã e tarde, e ainda aulas de canto e de técnica vocal na sexta-feira à noite. “As matrículas serão abertas no dia 15 de fevereiro, com aula inaugural marcada para o dia 4 de março”, informa Fernanda Dias. Mais informações podem ser obtidas através do telefone 71.3395.0371.

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