Publicado em 21/04/2016 às 09h40.

Mãe de Davi Fiúza não tem mais esperança de encontrar o filho vivo

Embora Rute Fiúza acredite que não encontrará seu filho vivo, ao menos espera ter o direito de enterrá-lo

Redação
Davi Fiúza. Foto: Arquivo Pessoal
Davi Fiúza. Foto: Arquivo Pessoal

 

Pior do que a dor de perder um filho é não ter o direito de enterrá-lo. É essa a conclusão forçada e dolorosa da mãe de Davi Fiúza, Rute Fiúza, de 47 anos. Na tarde de quarta-feira (20), ela esteve no Departamento de Polícia Técnica (DPT), nos Barris, após a Polícia Civil indiciar 23 policiais militares por homicídio, ocultação de cadáver e formação de quadrilha no inquérito que apura o desaparecimento do adolescente, no bairro de São Cristóvão, em 24 de outubro de 2014.

Ao jornal Correio, Rute disse ter uma certeza infeliz: “Davi não volta nunca mais”. A dona de casa falou também sobre como é doloroso aprender a viver com a ausência do filho. “Tentando me acostumar com a falta dele, mas a saudade ainda vai existir. Vou ter saudade do que não vou ver, que é Davi com barba, com voz grossa, dele adulto, com meus netos, não vou ver”, disse, emocionada.

Desde que viajou para o Rio de Janeiro, a convite da Anistia Internacional Brasil, há cerca de um mês, para participar de um encontro de mães, Rute perdeu a esperança de que Davi estivesse vivo. Ela conta que na ocasião as mães relataram os dramas vividos com o desaparecimento dos filhos, algumas delas há cinco anos sem qualquer resposta. “Eles (policiais) ocultaram o corpo dele. Me tiraram o direito de enterrá-lo, de me despedir dele. Isso é doloroso demais”, conclui a mãe de Davi.

A ida de Rute ao DPT foi para que ela fosse submetida a uma entrevista para montar o perfil de Davi. De acordo com ela, as informações serão armazenadas em um banco de dados para serem comparadas aos corpos que chegam ao Instituto Médico Legal (IML).

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