Publicado em 24/07/2016 às 21h46.

Homem que ameaçou exame da OAB portava gengibre e banana, diz juiz

Durval Neto foi chamado por Franklin Oliveira da Costa, o falso terrorista, para intermediar a negociação com o Bope

Redação
(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)

 

O juiz federal Durval Neto usou sua conta no Facebook para relatar detalhes da operação que tratou de uma suposta ameaça de homem-bomba na Faculdade Unijorge, na Avenida Luis Viana Filho, a Paralela, neste domingo (24), durante exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O magistrado foi chamado por Franklin Oliveira da Costa, o falso terrorista, para intermediar a negociação com o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope).

Ele conta que há duas semanas o rapaz esteve no prédio dos Juizados Federais para falar com ele. “Como já eram mais de 19h e ele se mostrava visivelmente agressivo, a segurança me contactou sobre como proceder. Como é de praxe no plantão, solicitei ao diretor de secretaria que descesse para verificar qual seria o pleito de urgência e desse recibo no pedido. Porém o rapaz não falava coisa com coisa, gritava muito, negou-se a entregar sua petição ao diretor e queria a todo custo falar pessoalmente comigo, tendo a segurança barrado o acesso. Liguei então para a portaria e pedi para garantirem a ele que eu iria ler o pedido e que se fosse realmente urgente, despacharia imediatamente no plantão”, contou.

O juiz foi chamado pela polícia para ajudar na negociação com o suposto terrorista, que ameaçava explodir uma suposta bomba no local. ” [o Bope] explicou-me que o jovem disse que somente se entregaria se um juiz federal assinasse uma ‘sentença’ que ele havia elaborado, para com isso ‘provar’ estar ele apto a exercer a advocacia. Me foi então apresentado um papel escrito pelo rapaz, de caneta, no qual ele colocou um espaço para assinatura com a indicação ‘juiz federal’. Eu assinei e entreguei minha carteira funcional ao policial, para que o rapaz visse que era um juiz federal realmente ali. Então, o rapaz disse que inclusive tinha sido meu aluno e se entregou logo em seguida”, detalhou.

Durval ainda elogiou a atuação do Bope na operação. “Mostrou-se profissional e solidária com a preservação da vida humana. Mesmo havendo atiradores de elite postados no local, buscou-se a todo momento negociar com o suspeito e a minha presença lá se deu com esse intento. Felizmente a vida do rapaz foi preservada nessa confusão que ele causou”, completou.

Na mochila de Franklin, havia, além de pano velho, duas bananas nanicas e balas de gengibre.

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