Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
E Wagner, se lambuzou ou estão lambuzando ele?
Levi Vasconcelos analisa denúncias de recebimento de verbas ilegais da OAS contra ex-governador
Semana passada Jaques Wagner, ministro chefe da Casa Civil, causou furdunço ao dizer, em entrevista a Folha de São Paulo, que quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza. Wagner quis dizer que o PT, um partido de origem sindicalista, ele incluso, não sabia jogar o jogo vigente dos embates eleitorais, o das doações privadas de campanha. E uma vez no poder, com Lula no auge da popularidade e ainda o mensalão dando o ensaio da lambuzada da Lava Jato, perdeu a chance de mudar as regras e impor uma nova ordem.
Estaria ele, governador da Bahia duas vezes e principal eleitor do sucessor, o governador Rui Costa, imune ao jogo sujo que hoje condena? Ainda na semana passada, o nome de Wagner apareceu pela primeira vez no meio da lambança, via Leo Pinheiro, da OAS.
Na fita midiática – Ora, há tempos a oposição baiana vislumbra fisgar um peixão no oceano da corruptela que começou no mensalão e descambou na Lava Jato. João Leão, o vice-governador, já bastaria. Jaques Wagner, seria o troféu maior. Agora, diz a oposição, a coisa entrou nos trilhos. Wagner está lá. Se culpado ou não, é outra história. Em política, ainda mais em uma circunstância de acirramento como o atual, o fato objetivo é que ele finalmente entrou no rol midiático dos acusados ou questionados.
O xis da questão: os fatos imputados a Wagner a partir da troca de telefonemas ou mensagens, dinheiro para bancar o apoio de Mário Kertész a Nelson Pelegrino no segundo turno da disputa em Salvador de 2012 ou para irrigar a campanha de Marcelo Nilo, presidente da Assembleia, não são novos. E por que só agora vieram à tona?
Duas versões – Em Brasília, nas rodas de ti-ti-ti em torno da polêmica, se aponta duas vertentes, uma da oposição, outra dos governistas. Em ambas, o foco da questão é que Wagner passou a incomodar como articulador de Dilma. Antes, era só uma figura regional, agora virou nacional.
Ressalte-se que ambas levam em conta que Wagner assumiu a Casa Civil da Presidência da República e vem ganhando notoriedade ao dar um up grade na estilhaçada articulação do governo de Dilma com o Congresso Nacional. Veja o que se diz lá:
1 – Oposição – Petistas incomodados com a ascensão de Wagner cuidaram de miná-lo para evitar que ele faça sombra a Lula em 2018, na sucessão de Dilma;
2 – Governistas – Aliados dos tucanos dentro da PF vazaram as informações exatamente para minar a desenvoltura de Wagner no Congresso, e a consequente reabilitação da interlocução política de Dilma.
A mais crível é a segunda.
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