Publicado em 24/05/2018 às 18h19.

Bolsonaro nega racismo e lembra ‘pelada de negro contra branco’ no quartel

Pré-candidato a presidente afirma que "conceito de minoria" teria sido inventado pelo Estado, e provoca: "Também sou minoria. Quero cotas para loiros de olhos azuis e 1,85m'

Fernando Valverde
(Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)
Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

 

Embora já tenha sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República por racismo, após declarações em um discurso em 2017, o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a negar as acusações em entrevista coletiva em Salvador nesta tarde, e afirmou que as denúncias são feitas apenas com o intuito de “lhe perturbar com essas frescurinhas”.

“Se eu fosse racista, tinha que estar preso, pois não existe imunidade parlamentar para racismo. O que é racismo? Hoje não pode falar que alguém é afro-descendente porque tem que ter auto-declaração. Daqui a pouco eu me auto-declaro negro e vão ter que engolir”, provocou o deputado.

Bolsonaro relembrou ainda quando, no seu tempo de quartel, havia uma tradicional pelada de negros contra brancos no dia 13 de maio, data que marca a abolição oficial da escravidão no Brasil.

“Os próprios negros faziam, ou nós fazíamos. Uma pelada de negros contra brancos. O pau cantava, às vezes tinha voadora no pescoço. Mas acabou a pelada, uma coca cola, sem problema nenhum”, relatou o deputado federal.

Questionado sobre a importância de programas sociais e políticas para minorias, o deputado afirmou que o conceito de “minoria” seria inventado pelo Estado e que ele próprio também seria pertencente a um desses grupos.

“Isso é criado pelo governo para brigarmos entre nós. O mulçumano, o branco, o negro brigando entre si e o governo numa boa. Para depois ele tomar medidas radicais para minimizar o que ele mesmo provocou. Eu por exemplo também sou uma minoria. Eu quero uma cota pra loiro de olhos azuis e de 1,85m”, disse.

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