Tribunal de Roma julga ditadores envolvidos na Operação Condor
A Operação ou Plano Condor foi idealizada pelo general chileno Augusto Pinochet que coordenou a repressão da oposição política entre 1970 e 1980 com apoio das ditaduras do Chile, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia
O Tribunal de Roma registrou a morte do ditador da Bolívia, Luis García Meza, e do ex-primeiro-ministro do Peru, Pedro Richter Prada, dois dos 27 acusados no julgamento pelo desaparecimento de italianos na Operação Condor nas décadas de 70 e 80. A lista de acusados diminuiu com a morte de muitos, mas restam 25 acusados: um da Bolívia (Arce Gómez), sete do Chile, três do Peru e 14 do Uruguai.
A Operação ou Plano Condor foi idealizada pelo general chileno Augusto Pinochet que coordenou a repressão da oposição política entre 1970 e 1980 com apoio das ditaduras do Chile, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
Porém, o Tribunal de Roma pediu à Promotoria que, embora não haja dúvida sobre as mortes, que apresente um certificado oficial dos óbitos para agregá-lo ao sumário do processo, em grau de recurso, informaram nesta sexta-feira à Agência EFE fontes próximas ao caso.
Morte – Em 29 de abril, Meza morreu, aos 86 anos, em um hospital militar de La Paz, condenado pelos crimes em sua ditadura (1980-1981), e, em julho do 2017, foi a vez de Prada, primeiro-ministro no regime de Francisco Morales Bermúdez (1975-1980).
Por outro lado, o Tribunal de Roma segue sem receber uma resposta por parte das autoridades do Chile para que notifiquem se os sete antigos militares acusados dessa nacionalidade querem participar das audiências.
No audiência discursou desde a Bolívia, por teleconferência, o ex-ministro de Interior de Meza, Luis Arce Gómez, através de seu advogado Justiniano Vargas, declarou que não tem intenção de prestar depoimento no processo, segundo as fontes.
Audiências – A próxima audiência deste julgamento em segunda instância foi fixada para 6 de julho às 9h30 (4h30, em Brasília).
A primeira instância foi encerrada em 17 de janeiro de 2017 com a condenação à prisão perpétua de oito ex-militares da Bolívia, Chile, Peru e Uruguai e a absolvição da maioria dos acusados.
No entanto, no julgamento só esteve presente o militar uruguaio Jorge Néstor Troccoli, o único dos acusados residente na Itália após escapar da Justiça de seu país. Os outros não participam das audiências e são defendidos por advogados de ofício.
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