Publicado em 24/05/2019 às 13h00.

Governa o país como se estivesse ‘fazendo churrasco’, diz Pondé sobre Bolsonaro

Filósofo liberal admitiu insatisfação com o governo e chamou o presidente de "burro" por seguir um "intelectual paranoico" e os filhos

Redação
Foto: Arquivo Pessoal/Instagram
Foto: Arquivo Pessoal/Instagram

 

À direita no especto ideológico, o filósofo liberal Luiz Felipe Pondé fez duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro, em entrevista à Exame. Conhecido pela defesa do Estado mínimo e do livre mercado, Pondé enxerga potencial no presidente brasileiro para ser uma liderança nacional populista, mas que esbarra na própria falta de capacidade intelectual: “Ele é burro”.

Mesmo reconhecendo que Olavo de Carvalho, principal guru de Bolsonaro, é um “intelectual”, ele atua no momento como um “elemento desestabilizador” do governo. “Completamente paranoico e conspiratório”, define Pondé, que ainda acrescenta que estaparcela ligada ao presidente, se constitui de um “grupo desorientado mentalmente”. Sobrou até para os filhos, Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro, que para o filósofo, “não entendem nada de sociedade e de convívio democrático”, o que reflete na seriedade da gestão do pai.

“O grupo formado por seguidores do Olavo e do Bolsonaro não tem entendimento da realidade. O presidente governa o país como se estivesse na varanda fazendo churrasco e gritando com os filhos. Por isso, é muito difícil manter a convergência a médio e longo prazo”, analisa.

Ainda que recuse torcer contra o atual governo, Pondé admite contudo que ainda falta muito para que se consiga o engajamento necessário para a aprovação das reformas e garantir uma estabilidade econômica no país. Para isso, é preciso entender o que é prioridade.

“Espero que Bolsonaro, até o fim do semestre, entenda que ele é uma instituição e não o papai do Carlos ou o fã do Olavo. Ele é o presidente da República e, portanto, deve conduzir as reformas, negociar com o Congresso e fazer o trabalho que um presidente faz”, diz o intelectual, que chega a dizer que esta conduta de Bolsonaro traz “saudades” do ex-presidente Michel Temer.

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