1/3 da população com idade entre 65 e 84 anos está inadimplente
Boa parte dos débitos ocorrem devido a adesão a empréstimos consignados
As facilidades para conseguir empréstimos, sobretudo os do tipo consignado, atraem milhares de aposentados e pensionistas, seja para pagar dívida ou investir em projetos. Mas o que seria um ajuda, acaba virando um transtorno. Segundo levantamento enviado à reportagem pela SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), 1/3 da população entre 65 e 84 anos está inadimplente. Ou seja, 5,7 milhões de idosos começaram o ano de 2020 com o nome sujo.
Na comparação de todo o ano de 2019 com o ano 2018, houve aumento de 3,7% na inadimplência entre os mais velhos. E boa parte desses débitos ocorre devido a empréstimos consignados que, em muitos dos casos, o aposentado não têm conhecimento de todos os trâmites e valores que serão descontados dos seus benefícios, conforme explica a diretora de comunicação da Federação dos Associados de Aposentados, Pensionistas e Idosos do Estado da Bahia (Feasapeb), Nilzete Ramos.
“E na maioria das vezes o empréstimo é para alguém da família. É um terror, porque muitos chegam no dia de receber o dinheiro e, dos R$ 998, acaba recebendo R$ 200, R$ 100, porque o empréstimo ultrapassou o limite. E esses empréstimos acabam sendo em até 72 prestações, então os idosos passam anos pagando. Fui ao interior da Bahia, em Itamaraju, e encontramos os mesmos problemas. Testemunhei aposentados preocupados que familiares fizeram empréstimos, e muitos não sabem nem o valor”, afirma
Na análise da porta-voz da entidade, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) “tem tido um olhar melhor” e ampliado as ações de fiscalização junto ao banco, mas falta “sensibilidade e critério” por parte das instituições que disponibilizam os empréstimos. “A gente conhece casos de, por exemplo, um neto que pegou o cartão sem o idoso ver e fez o empréstimo. Os bancos facilitam, o que não deveria ocorrer. Quem deveria assinar, estar presente na hora do empréstimo, é o aposentado. Ele que é o dono do benefício. Essa questão precisa ser olhada com muita seriedade”, opina.
Segundo Nilzete Ramos, em uma tentativa de reduzir os problemas para esse público, a Feasapeb trabalha com medidas de prevenção, investindo em comunicação para repassar os alertas e as recomendações aos mais velhos. “A gente não toma a frente e diz que não pegue empréstimo, porque o benefício é bom se você souber se organizar. Às vezes está fazendo uma reforma, precisa comprar um remédio. Até mesmo a ajudar um parente que está no hospital. O benefício veio para ajudar, mas se não for bem trabalhado acaba virando um problema grande. Por isso a gente que se atente para esses empréstimos, que vá ao banco, converse com o gerente, que saiba aproveitar esse benefício”, detalha.
E é justamente com muita pesquisa e análise das menores taxas de juros que o aposentado Ailton Catarino, de 66 anos, foi à uma financeira na manhã dessa quarta-feira (22) a procura de um empréstimo. “Não se pode fazer besteira, temos que valorizar nosso dinheiro. Encontrei o empréstimo com juro menor e vou investir na reforma de uma casa na ilha”, aconselha o aposentado.
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