Publicado em 10/03/2016 às 16h44.

Denúncia contra Lula é ‘técnica e sobre fatos’, diz promotor

De acordo com o promotor Cássio Conserino, foram ouvidos na investigação do caso do tríplex do Guarujá funcionários e ex-funcionários da OAS, moradores e até corretores

Rodrigo Aguiar

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O promotor de Justiça Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), detalhou nesta quinta-feira (10) a denúncia contra o ex-presidente Lula, pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, cujas penas previstas em legislação, somadas, podem chegar a 13 anos de prisão – 3 a 10 anos pela lavagem e 1 a 3 anos pela falsidade ideológica.

De acordo com a Promotoria, o petista ocultou a propriedade do tríplex 164-A, no Condomínio Solaris, no Guarujá, que teria sido ainda reformado pela empreiteira OAS. A denúncia foi protocolada nesta quarta-feira (9), em São Paulo. Cabe à Justiça decidir se aceita ou não a denúncia.

Questionado sobre as alegações do ex-presidente, de que agiria de forma “parcial” e de não ser o promotor originalmente designado para tratar do caso, Conserino afirmou que a denúncia é “absolutamente técnica e se refere a fatos”. “Nada é fruto de invencionice. É tudo baseado em depoimento testemunhal e documentos”, acrescentou.

O promotor disse ainda que foi autorizado pelo seu chefe, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, por meio de uma portaria, a trabalhar no caso. Ao falar sobre as testemunhas no rol das investigações, Conserino disse que foram ouvidos funcionários e ex-funcionários da OAS, moradores do condomínio e até mesmo corretores.

Segundo o promotor, Lula era uma espécie de “mascote” utilizado pelos corretores para tentar convencer prováveis compradores de imóveis no mesmo local. “Eles sinalizavam que [as pessoas] poderiam jogar bola com o presidente, ter uma segurança um pouco maior pela presença ilustre do presidente naquele condomínio”, disse Conserino.

Já o promotor José Blat, que também trabalha no caso, afirmou que poderão ser investigados outros integrantes do PT, mas sem especificar nomes. “O procedimento está em curso. Existem várias pessoas atreladas de uma forma ou outra ao núcleo Bancoop, especificamente do PT, que podem ter sido agraciadas com unidades habitacionais e estão ocultando as suas propriedades”, declarou Blat.

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