Publicado em 14/08/2020 às 09h05.

Pedra do Cavalo: teste contra cheias bota a barragem no furacão

Por ora, fica o ‘deixa rolar’

Levi Vasconcelos
Foto: Reprodução/ Forte no Recôncavo
Foto: Reprodução/ Forte no Recôncavo

 

Ismael Medeiros, secretário do Comitê da Bacia do Rio Paraguaçu, conta que a Barragem de Pedra do Cavalo, desde que foi inaugurada, em 1985, pelo então governador João Durval, sempre teve altos e baixos em termos de fluxo de água. Previa-se que completaria sua cota em 10 anos. Em quatro, chegou.

Em 1989, foi tanta água que obrigou a abertura das comportas e inundou Cachoeira e São Félix. De lá para cá, água pouca. Este ano, o suficiente para baixar dois metros e fazer o teste de calhagem, saber como a água vai fluir, e as providências a adotar numa situação de emergência. Foi aí que o bicho pegou.

Controvérsias

O Instituto Chico Mendes do Meio Ambiente (ICMbio) brada que seria uma catástrofe ambiental tanta água da barragem para o mar, a parte que mistura água doce e salgada. Acionou a Defensoria Pública, e a Justiça barrou a abertura das comportas, que começaria segunda (17).

Ismael ressalva que pior do que isso é ter que abrir numa situação de emergência sem saber o que fazer:

— O Rio Paraguaçu nasce na Chapada Diamantina, e na imensidão dos seus 600 quilômetros de extensão, abriga outras barragens, como a do Apertado (Ibicoara), Bandeira de Melo (Iaçu e Marcionílio Souza), França (Piritiba e Miguel Calmon) e de São José (São José do Jacuípe e Várzea da Roça). As agressões pipocam de todos os lados e monitorar é fundamental.

Fica o ‘deixa rolar’.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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