Publicado em 16/10/2020 às 07h50.

Após sair de recuperação judicial, OAS enfrenta novo pedido de falência e bloqueio de bens

Empreiteira afirma que dívidas serão renegociadas e que o grupo "não vai quebrar"

Redação
Foto: Divulgação/OAS
Foto: Divulgação/OAS

Sete meses após sair do processo de recuperação judicial, o grupo OAS volta a sofrer ações de cobrança por dívidas e já enfrenta até mesmo um pedido de falência. A informação foi revelada pelo colunista Rogério Gentile, do portal UOL.

A publicação diz ter tido acesso a de processos recentes por meio dos quais a empresa, que chegou a ser considerada a terceira maior empreiteira do país, é cobrada por dívidas que ultrapassam os R$ 37 milhões.

De acordo com o colunista, todos estes processos são posteriores a março, mês em que foi decretada o fim da sua recuperação judicial, mecanismo por meio do qual uma companhia que não consegue pagar suas dívidas obtém um fôlego financeiro no Judiciário.

As ações de execução são suspensas por 180 dias, prazo no qual a empresa tem de apresentar um plano de pagamento aos credores, que precisa ser aprovado por eles em uma assembleia.

O pedido de falência da OAS foi feito pela FTI Consultoria, que prestou serviços de consultoria financeira para a empreiteira durante a recuperação judicial. A FTI afirma que a OAS lhe deve R$ 1,6 milhão e pede que, caso não seja feito o pagamento, a Justiça decrete a quebra da companhia.

Um outro processo é movido pelo Banco Santander, que solicitou à Justiça o bloqueio de bens e valores em nome da OAS na hipótese de a empreiteira não pagar uma dívida de R$ 7 milhões. Há ainda cobranças feitas por empresas de locação de equipamentos e de consultoria ambiental, entre outros fornecedores.

A nova direção da empresa afirmou à coluna de Gentile que a OAS enfrenta dificuldades, mas que está conseguindo se reestabelecer, após uma grande reestruturação interna. Diz ter cortado custos administrativos e obtido novos contratos de obras.

“A OAS não vai falir”, afirma José Manuel Parada, vice-presidente corporativo. “Desde 2018, ganhamos obras de R$ 2 bilhões, não saímos da recuperação judicial para quebrar.”

Fundada em 1976, a OAS começou a entrar em crise em novembro de 2014, quando Léo Pinheiro, seu então presidente, foi preso pela Polícia Federal numa fase da Operação Lava Jato batizada de “Juízo Final”. O grupo, que naquele ano declarara uma receita bruta de R$ 7,7 bilhões, perdeu contratos e viu sua receita despencar.

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