Publicado em 07/12/2020 às 12h11.

Defesa de Lula diz que livro sobre corrupção na Odebrecht considera apenas versão de delatores

Intitulada "A Organização", obra da jornalista Malu Gaspar traz bastidores em torno da ascensão à derrocada da empreiteira baiana

Redação
Imagem: Ricardo Stuckert | Divulgação/Companhia das Letras | Montagem bahia.ba
Imagem: Ricardo Stuckert | Divulgação/Companhia das Letras | Montagem bahia.ba

 

A assessoria do ex-presidente Lula contestou o método de apuração do livro “A Organização”, recém-lançado pela jornalista Malu Gaspar. A obra revela bastidores dos sucessivos escândalos de corrupção da Odebrecht, casos que orbitaram sobretudo o Partido dos Trabalhadores.

A empreiteira baiana foi apenas uma das centenas de empresas que financiaram as campanhas eleitorais do petista, que ocupou o Palácio do Planalto entre 2003 e 2011.

A defesa do ex-presidente se manifestou ao ser procurada pela produção do Fantástico, que exibiu no domingo (6) uma reportagem sobre o livro.

Ao programa da TV Globo, Malu Gaspar disse que o trabalho foi resultado de fruto de três anos de apurações. “Consultei mais de 120 fontes, da empresa e fora dela, concorrentes, todo tipo de advogados, investigadores para contar essa história com o máximo de detalhes possível”, afirmou.

Na publicação, ela diz que expõe nuances em torno da história de ambição, de negócios subterrâneos e também de uma relação em ruínas entre pai e filho — Emílio e Marcelo Odebrecht.

Em nota, a assessoria de Lula, por sua vez, afirmou que a jornalista não ouviu a defesa dele e que repetiu, sem contestação, versões contadas por delatores. Disse também que ela deixou de considerar as provas de inocência obtidas pelos advogados do ex-presidente, e que desmentem as versões dos delatores.

A nota afirma ainda que Malu Gaspar ignorou o depoimento de Marcelo à Justiça em outubro de 2019, quando ele admitiu que as acusações dirigidas a Lula são injustas.

O que dizem os demais os citados na reportagem:

Segundo o Fantástico, Emílio e Marcelo Odebrecht não quiseram comentar o conteúdo do livro.

A defesa de Alexandrino Alencar disse que, desde a assinatura do acordo de leniência, ele vem cumprindo integralmente os compromissos assumidos.

A assessoria da Odebrecht disse que a empresa passou por um processo de profunda transformação, e que um monitor do departamento de Justiça dos Estados Unidos atestou que o sistema de conformidade da empresa está desenhado e implementado para prevenir e detectar potenciais violações das leis anticorrupção.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não quis se manifestar, e o ex-presidente José Sarney não respondeu aos contatos da reportagem.

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