Publicado em 12/04/2021 às 08h40.

Bolsonaro afirma temer relatório ‘sacana’ e que CPI da Covid só investigue o governo

Presidente teve áudio de ligação com senador Jorge Kajuru vazada onde sugere impeachment de ministros do STF

Redação
Foto: Carolina Antunes/PR
Foto: Carolina Antunes/PR

 

Em áudio de ligação telefônica com o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) vazado intencionalmente na noite de domingo (12) pelo próprio congressista, o presidente Jair Bolsonaro afirma que teme um relatório “sacana” da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que investigará ações do governo federal no combate à Covid-19.

Bolsonaro pede ao senador que inclua governadores e prefeitos na investigação e sugere novamente que seja pautado impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o presidente, se os senadores não mudarem o escopo da CPI, ampliando para investigar as ações de governos regionais também, será investigado apenas o governo federal e seus aliados. Segundo ele, vão ouvir “só gente nossa” para produzir “relatório sacana”.

“Se não mudar a amplitude, a CPI vai simplesmente ouvir o Pazuello, ouvir gente nossa, para fazer um relatório sacana. Tem que fazer do limão uma limonada. Por enquanto, é um limão que tá aí. Dá para ser uma limonada. A CPI hoje é para investigar omissões do presidente Jair Bolsonaro, ponto final. Quer fazer uma investigação completa? Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai vir só pra cima de mim. O que tem que fazer para ser uma CPI que realmente seja útil para o Brasil? Mudar a amplitude dela. Bota governadores e prefeitos. Presidente da república, governadores e prefeitos”, afirmou o presidente.

Ainda na conversa, o presidente aconselhou o senador a “peticionar” o Supremo “para botar em pauta o impeachment também”, dando a entender que seria contra os próprios ministros do STF.

A CPI somente será instalada após ordem do ministro Luís Roberto Barroso (STF) ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é contrário à comissão neste momento. A decisão de Barroso será julgada na quarta-feira (14) pelo plenário do Supremo.

 

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