Decisão judicial autoriza Mário Negromonte a retomar cargo de conselheiro no TCM
Desembargador entendeu que medidas cautelares não podem durar por prazo indeterminado

Uma decisão judicial autoriza o retorno de Mário Negromonte ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA). O documento foi assinado pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região Paulo Fontes, após pedido dos advogados Ciro Soares e Roberto Podval.
De acordo com a liminar, o conselheiro está há mais de 500 dias afastado do cargo, “sem que sequer tenha sido iniciada a instrução criminal”. O documento diz ainda que a audiência de instrução para ouvir as testemunhas de acusação foi marcada para o dia 17 de maio deste ano.
O magistrado entendeu que não há motivo que justifique a demora em julgar a ação penal, uma vez que, “se mantido o afastamento do cargo do paciente, em breve ele será apanhado pela aposentadoria compulsória, de modo que, mesmo sem ter sido efetivamente condenado, terá, na prática, perdido seu cargo público”.
“Já passados mais de 03 (três) anos desde que a denúncia foi recebida pelo STJ, oportunidade na qual as medidas cautelares foram impostas, sem que tenha sido sequer iniciada a instrução criminal, por certo que as medidas cautelares estão vigorando por prazo indeterminado. O retardamento do curso do processo não pode ser atribuído ao paciente, que, inclusive, solicitou o desmembramento do feito com o intuito de acelerar seu trâmite”.
Além disso, o desembargador citou “que as medidas cautelares impostas não podem vigorar por prazo indeterminado”. Mesmo que a decisão tenha valorizado medidas cautelares por serem menos danosas que a prisão, elas são “consideravelmente onerosas ao implicado. Mais do que isso, se descumpridas, podem ser convertidas em prisão processual”, diz o desembargador.
“Ante o exposto, defiro a liminar para revogar as medidas cautelares diversas da prisão anteriormente impostas ao paciente”, diz o magistrado em sua decisão.
Entenda
Mário Negromonte foi denunciado por ser citado numa promessa de propina de R$ 25 milhões que seria paga por empresários ligados ao Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). A denúncia também apura se ele teria repassado o dinheiro para campanhas eleitorais do PP.
Na época, Negromonte se tornou réu no processo depois de delação premiada acordada entre força tarefa da Lava Jato do Ministério Público e o doleiro Alberto Youssef. Conforme o depoimento, o caso teria ocorrido quando o conselheiro ocupava o cargo de ministro das Cidades no governo de Dilma Rousseff.
Em novembro de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo afastamento do conselheiro das atividades no TCM-BA. Em fevereiro do ano seguinte, a Corte foi notificada para cumprir a determinação. Em nota na época, o TCM informou que a ordem judicial havia sido cumprida imediatamente após a entrega da notificação à presidência do órgão.
Defesa
Ao bahia.ba, a defesa do conselheiro afirmou que a acusação formulada contra Mário Negromonte “foi baseada unicamente na versão de delator premiado e que, portanto, não deverá ser acatada pela Justiça”. Por outro lado, a defesa ainda afirma que a restituição do cargo “é o reconhecimento e a correção de uma evidente ilegalidade, que já durava 550 dias, prazo excessivo de acordo com outras decisões do Poder Judiciário”.
Mais notícias
-
Justiça
07h00 de 15/09/2025
Filha de ministro do STF é hostilizada em univerdade: ‘Lixo comunista’
Caso aconteceu na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde a mulher leciona
-
Justiça
11h30 de 14/09/2025
CPMI vai recorrer de decisão do STF sobre depoimento do Careca do INSS
Corte decidiu facultar a presença do "Careca" e de Maurício Camisotti
-
Justiça
13h32 de 12/09/2025
STF marca data para homologação da ata do julgamento de Bolsonaro
Homologação está agendada para o dia 23 de setembro, durante a próxima sessão da Primeira Turma da Corte
-
Justiça
07h39 de 12/09/2025
Polícia Federal prende Careca do INSS e empresário
Eles são acusados de operar esquema de fraudes nos recursos de aposentados e pensionistas
-
Justiça
07h17 de 12/09/2025
Único a divergir no STF, Fux foi relator de outros processos contra Bolsonaro
Um dos mais emblemáticos foi o caso ação de Maria do Rosário contra o então deputado federal
-
Justiça
09h39 de 11/09/2025
STF pode decidir hoje se condena ou absolve Bolsonaro e outros 7 réus
Maioria simples pode ser formada pelo voto da ministra Cármen Lúcia
-
Justiça
07h22 de 11/09/2025
Quem falta votar no julgamento de Bolsonaro no STF?
Até o momento, placar está em 2x1 pela condenação do ex-presidente
-
Justiça
06h35 de 11/09/2025
Advogado de Bolsonaro diz que Fux acolheu tese da defesa
Ministro votou por absolvição total do ex-presidente
-
Justiça
09h45 de 10/09/2025
Fux abre voto elogiando Moraes, mas pede nulidade do julgamento de Bolsonaro
Magistrados entraram em rota de colisão na última terça-feira, 9
-
Justiça
07h56 de 10/09/2025
Fux é o terceiro a votar em julgamento de Bolsonaro no STF
Os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram nesta terça (9)