Publicado em 17/05/2021 às 13h31.

‘A Bahia precisa de Neto’, diz Junior Borges, presidente da Câmara de Camaçari

"Se não for igual ao avô, superará ele na questão de governança"; em entrevista ao bahia.ba, o vereador faz balanço de sua gestão e analisa o cenário eleitoral de 2022

Romulo Faro
Foto: site juniorborges.com.br
Foto: site juniorborges.com.br

 

Em entrevista ao bahia.ba, o presidente da Câmara de Municipal de Camaçari, vereador Júnior Borges (DEM), diz acreditar que o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), seu correligionário, tem condição de se eleger governador da Bahia já na primeira tentativa, em 2022, quando deve ter como principal adversário o senador Jaques Wagner (PT), que governou o estado por dois mandatos consecutivos e conseguiu eleger Rui Costa (PT) seu sucessor. “Não tem outro nome na Bahia hoje senão o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que já demonstrou que é um excelente gestor e soube conduzir e respeitar as diferenças na capital.”

Sobre os 100 primeiros dias de sua gestão como presidente do Legislativo de Camaçari, o vereador destaca como grande trunfo a aprovação do Projeto de Lei que permite que a prefeitura entre no Consórcio Nacional de Prefeitos para poder fazer a compra de vacinas contra a Covid. Junior Borges comentou ainda sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro e sobre o governo do prefeito Antônio Elinaldo. Confira abaixo a íntegra da entrevista.

Primeiros 100 dias de gestão da Câmara Municipal

O grande momento que marca esses 100 dias, pelo menos no ponto de vista em se falando de pandemia, foi a questão da agilidade na aprovação do Projeto de Lei que permite que a Prefeitura de Camaçari entre no Consórcio Nacional de Prefeitos para poder fazer a compra de vacinas contra a Covid. Nós agilizamos isso com brevidade, em menos de 4 horas já estávamos com o projeto aprovado em duas votações, que é o que determina o nosso regimento interno. Nós corremos com isso e tivemos três sessões extraordinárias para aprovar outros projetos. Esse foi um ponto, para mim, importante, e a Casa entendeu a importância daquilo. Outra coisa é a questão da inovação tecnológica que estamos fazendo da Casa. E queremos chegar, com fé em Deus, a zerar a utilização de papel. Estamos construindo essa solução tecnológica para poder fazer a gestão da Casa de maneira digital. E daqui a pouco as sessões, como já vêm sendo feitas, poderão ser feitas com ainda mais desenvolturas, de forma tecnológica, para que de onde o vereador estiver, seja na cidade ou fora dela, ele poderá participar da sessão. Esses são dois pontos fundamentais da nossa gestão, além da criação da Frente Parlamentar de Presidentes de Câmaras da Região Metropolitana que nós construímos, a interlocução da Câmara com os setores produtivos da cidade, com o Polo Petroquímico, Senai, Cimatec, escolas privadas e públicas, a aproximação da Câmara com o comércio local, através de seus representantes. A gente entende que isso contribui para que a câmara se aproxime mais e mais da população, tendo em vista que o nosso maior foco é esse: trazer inovação e resgatar esse contato, apesar da questão da pandemia.

Rotina das sessões e produtividade da Câmara durante a pandemia

No momento crítico que passamos nos últimos 30 dias, 60 dias, fizemos todas as sessões de maneira virtual. Suspendemos o acesso à Câmara, fizemos tudo o que era possível para fazer a desinfecção dentro da Câmara. E agora estamos retomando gradativamente as sessões presenciais, mas ainda sem público. A gente deu uma segurada maior, até para poder tudo se tranquilizar e poder abrir as portas para o público acompanhar as sessões.

Invista em Camaçari’: aposta para retomada econômica, sobretudo diante do fechamento da Ford

O governo municipal mandou um projeto recentemente, intitulado como “Invista em Camaçari”, para a atração de novos negócios para a cidade, para gerar emprego e renda para a população e se tornar uma atividade competitiva no ponto de vista de incentivos fiscais. A cidade tem se preocupado em fazer esse “beabá” inicial para poder atrair investimentos para Camaçari. A ideia do projeto é justamente essa, para que a gente atraia novos empreendimentos, novas empresas e que a gente consiga construir essa relação com o setor produtivo e que eles vejam na nossa cidade um local oportuno para eles gerarem negócios. O programa nasce com esse objetivo, de fazer com que a gente construa esse intercâmbio e atraia negócios para cá. Nós temos desde o primeiro momento, no dia 11 de janeiro, quando a Ford anuncia que iria fechar sua unidade, a gente se preocupou com isso e começamos a acelerar as tratativas com o Governo do Estado e com as empresas para atrair investimentos e gerar negócio e empregabilidade. Perdemos um número grande de mão de obra local, que está hoje desamparada no ponto de vista de emprego na cidade.

Novos investidores podem gerar até 15 mil empregos

As tratativas que estamos tendo são com o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), com a Braskem e com o Senai e o Cimatec, esse último que por conta das startups, que elas têm encubado vários negócios, várias empresas…o Cofic, ele tem a preocupação de fazer com que as empresas consigam ampliar a sua produção e gerar mais negócios e mais empregos. Do mesmo modo é a Braskem, que tem se preocupado a estar alinhada com o governo municipal e à Câmara de Vereadores, fazendo com que as informações cheguem com mais facilidade e a gente consiga produzir negócios e gerar oportunidades de empregos. Eu acredito que se a gente conseguir inovar nesses poucos meses, pelo menos até julho, ou seja, a gente está falando na ordem de quase 12 ou 15 mil empregos.

Desafios da educação

Com essa questão da pandemia, as escolas em Camaçari fecharam, assim como na Bahia e no Brasil todo, no mês de março de 2020. Então, temos mais de um ano de escolas fechadas e com suas atividades paralisadas, apesar de que em Camaçari a gente não paralisou as aulas, elas aconteceram de modo remoto e o ano letivo não foi prejudicado. Mas nós temos as escolas privadas, que tiveram uma perda significativa no número de alunos e isso fez com que muitas dessas escolas fechassem as portas. E a preocupação nossa é, primeiro com a qualidade de vida dos nossos estudantes, porque isso afetou a cabeça dos nossos alunos, isso mexe com o psicológico, com a estrutura emocional deles e das famílias. A gente sabe também que muitas dessas crianças têm sido atendidas pelo governo municipal com o cartão merenda desde início da pandemia. A merenda das crianças não deixou de estar na mesa durante esses meses. As empresas privadas, no caso as escolas, elas têm sofrido muito e a gente tem se preocupado e abrindo uma discussão para a volta às aulas presenciais justamente porque queremos evitar que essas escolas cancelem seus CNPJ, gerando mais desemprego na cidade. A preocupação da Câmara, e a minha em especial, é que a gente retome as aulas presenciais, mas claro, com todos os cuidados necessários, todos os protocolos de segurança colocados e que se obedeça o que mandam as Secretarias de Saúde, Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde. Não pode parar o processo. A gente tem que continuar para que essas escolas não cancelem seus CNPJ e a gente tenha um prejuízo tanto social quanto financeiro para o município.

Respeito à oposição diante de ampla maioria governista

Eu tenho tido todo um cuidado. Como tenho três mandatos, conheço um pouco dos dois lados. Eu fui oposição de 2013 até 2016, e de 2017 até aqui, milito no campo da situação. Eu sempre coloquei na minha cabeça que numa Câmara não temos opositores, a Casa é única. Nós temos vereadores que fazem oposição ao governo. Hoje são apenas quatro, mas a relação entre o presidente e essas quatro figuras é uma relação extremamente respeitosa e harmônica. A Casa tem sido protagonista justamente dessas ações porque a gente conseguiu pacificar todos os vereadores em torno de resgatar a imagem do parlamento do município. Eu não vejo dificuldade nenhuma de tramitar entre a base e a oposição dentro da Casa.

“A Bahia precisa de ACM Neto”

Desculpe a ousadia, mas a Bahia precisa de Neto. Eu acho que a Bahia precisa de um sangue novo, de alguém que possa oxigenar a política baiana. A Bahia precisa de um gestor que provou que tem competência para governar esse estado. Neto é o meu candidato a governador da Bahia. Camaçari precisa de Neto, a Bahia precisa de Neto, nós precisamos de Neto, para que a gente modifique as coisas e faça com que o nosso estado avance em segurança pública, em educação, em infraestrutura, em geração de emprego e oportunidade para a população. A Bahia precisa da liderança, do pulso, da determinação, da condução e cuidado com as pessoas. Para mim, não tem outro nome na Bahia hoje senão o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que já demonstrou que é um excelente gestor e soube conduzir e respeitar as diferenças na capital. Ele fará, e não tenho dúvida disso, no governo do Estado, a diferença e marcará a história. Se não for igual ao avô, superará ele na questão de governança em nosso estado.

ACM Neto, presidente nacional do Democratas – partido que integra o governo, vai conseguir descolar sua imagem de Bolsonaro?

O Democratas tem um posicionamento que já foi colocado. Ele vai apoiar todas as ações do governo federal no sentido de contribuir com aquilo que for benéfico para a população brasileira, e o presidente do partido tem conseguido colocar as coisas de uma maneira muito madura. Algumas ações do governo Bolsonaro, nem digo do governo, mas da pessoa do presidente, tantas vezes, ela cria uma situação vexatória, mas ACM Neto tem se colocado de uma maneira muito positiva naquilo que ele constrói. Ele não tem tentado destruir a imagem do governo Bolsonaro. Pelo contrário, ele tem colocado as coisas como são. Houve, inicialmente, um negacionismo por parte do presidente, foi notório para todos os brasileiros e na Bahia não foi diferente. A gente não vai estar próximo daquele que não acredita na ciência, que não defende a vida, a gente precisa primeiro ter cuidado com essas coisas. Então, o nosso líder aqui na Bahia, ACM Neto, ele tem tratado essas questões de maneira muito inteligente. Ele não está aqui para maltratar ou magoar quem quer que seja, mas defender o povo baiano de maneira inteligente, ele tem feito isso.

Candidato em 2022? Pode ser. Para ‘apoiar ACM Neto’

Ajudar o nosso líder a se tornar governador está, com certeza absoluta, e já está tendo o meu apoio para que a gente construa o caminho e faça dele o governador da Bahia. Com relação à minha vida, do ponto de vista de candidatura, ainda está muito precoce para afirmar qualquer coisa nesse sentido. Eu acho que temos ACM Neto que é o nosso líder e aqui em Camaçari o líder Elinaldo. Mas estamos conversando, e as coisas estão acontecendo e daqui a pouco o município deve apresentar os nomes que vão disputar as eleições. Temos outros nomes além do meu. São vários, mas não vou descartar nada. Faço parte de um grupo político e estarei aqui para construir e fazer de Neto o governador e poder defender os interesses da Bahia, em especial de Camaçari.

Desafios de Elinaldo

Com o advento da pandemia, um dos maiores desafios que temos agora é gerar oportunidades de emprego e renda para a nossa cidade e fazer com que as coisas aconteçam e funcionem, fazer com que a política econômica da cidade volte a ser pungente. Elinaldo tem desafios gigantes aqui, como a mobilidade urbana, geração de emprego, infraestrutura, que ele já está fazendo muita coisa, mas ainda tem muito a se fazer. Tem um desafio enorme que é fomentar e fazer com que o turismo da cidade aconteça para gerar emprego e renda. E, acima de tudo, não deixar que as empresas locais sucumbam perante a pandemia. O maior desafio desse momento é o cuidado de pessoas, mas sem perder o olhar que os compromissos têm que continuar sendo cumpridos. Tenho certeza que com a competência que ele tem, tudo isso será superado e nós vamos conseguir construir uma cidade ainda melhor para a população.

Colaborou Eduardo Dias, repórter do bahia.ba.

Romulo Faro

Editor do bahia.ba; atua na editoria de política desde 2008

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