Publicado em 15/07/2021 às 10h14.

Incorporadoras dão nova destinação ao velho entulho

Materias como portas, armários e tubulações do antigo Acbeu foram desmontados antes da demolição e doados

Adriano Villela
Foto: projeto Alive
Foto: projeto Alive

 

O prédio do antigo curso de idiomas Acbeu, no Corredor da Vitória, dará lugar a um edifício residencial e comercial. De nome Alive, uma parceria das incorporadoras Capa, Civil, Leão e Dona, o empreendimento será lançado em agosto e aposta em uma inovação. Antes da demolição do imóvel, matérias e elemntos como portas, janelas, armários, estantes, telhas e tubulações foram desmontadas e doadas para o Centro Centro Cultural Que Ladeira é Essa.

Carlos Andrade, diretor da Capa, relatou ao bahia.ba que o Alive traz referências internacionais trabalhadas com o DNA baiano. A desmontagem e reaproveitamento do prédio a ser demolido foi trazido de experiências no exterior. “Isso é feito em uma escala interessante na Europa”, disse. “Muitos bancos fazem sua nova sede com materiais de prédios antigos.”

O diretor não aponta impacto no custo da demolição, mas entende que a proposta do Alive está conectada com uma tendência atual, de nova mentalidade. “Vai ser uma primeira experiência. Espero que reverbere”, completou. Carlos Andrade antecipa que as quatro incorporadoras já procuram um terreno para o Alive 2.

Além das doações feitas ao centro cultural, parte dos materiais e peças retiradas do Acbeu no processo de desconstrução foi comercializado e reaproveitado em locais, como na reforma de um grande casarão 28, na rua Chile, ou em uma casa-sede de fazenda, no município de Ibiquara, na Chapada Diamantina.

Qualidade

“Salvador joga fora muita coisa de qualidade”, afirma Pedro Alban, da Arquivo. A empresa – montada há um ano – responsável pelo desmonte no Acbeu. O arquiteto destaca que muitos materiais antigos têm valor de uso alto, como a madeira.

Segundo o empresário a empresa foi criada para fomentar não só a sustentabilidade mas a memória dos itens aproveitados. O Acbeu, por exemplo, traz características arquitetônicas dos anos 70.

Além deste imóvel, a Arquivo tem retirados materiais de casas vendidas no Horto Florestal. “Seus proprietários vendem os terrenos, os elementos são vendidos e o lucro é dividido entre a Arquivo e os donos dos imóveis”, explica ele.

A Arquivo foi aberta há um ano, já durante a pandemia. O arquiteto vinha de um mestrado feito no Chile e , junto com uma sócia também arquiteta, aproveitou o tempo livre para apostar na nova tendência.

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