Dilma sanciona lei que autoriza uso da fosfoetanolamina contra o câncer
O texto da lei, publicado no Diário Oficial da União, ressalta que a opção pelo uso da fosfoetanolamina não exclui o direito de acesso a outras modalidades de tratamento

A presidenta Dilma Rousseff sancionou nesta quinta-feira (14) a lei que autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com câncer e definiu a permissão como de relevância pública. O texto da lei, publicado no Diário Oficial da União, ressalta, entretanto, que a opção pelo uso voluntário da fosfoetanolamina sintética não exclui o direito de acesso a outras modalidades de tratamento contra o câncer.
A ingestão da substância, conhecida popularmente como “pílula do câncer”, poderá ser feita por livre escolha do paciente, que precisa ter um laudo médico que comprove o diagnóstico e assinar um termo de consentimento e responsabilidade.
Apesar de a posse e o uso da fosfoetanolamina estarem autorizados mesmo sem o registro da substância na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os laboratórios só poderão fazer a produção, manufatura, importação, distribuição e prescrição da fosfoetanolamina sintética mediante permissão da Anvisa.
A autorização de uso é em caráter excepcional, enquanto estiverem sendo feitos estudos clínicos acerca da substância.
Testes
Diante da expectativa gerada em torno do efeito antitumoral da fosfoetanolamina, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação criou, no ano passado, um grupo de trabalho para testar a chamada pílula do câncer. O objetivo é investigar os efeitos da substância e esclarecer se a fosfoetanolamina é efetiva no combate à doença.
No último dia 30 de março, o ministério divulgou os primeiros testes, informando que o composto produzido pela Universidade de São Paulo (USP) não é tóxico, se administrados na quantidade estabelecida pela USP, três cápsulas de 330 miligramas cada, por dia. Por isso, sugeriu que a pílula fosse legalizada como suplemento alimentar para evitar também o contrabando e a venda no mercado paralelo.
O governo tem R$ 10 milhões em recursos para serem usados nas pesquisas – R$ 2 milhões já foram gastos. A fase de testes com a substâncias em animais está sendo concluída e deve seguir para as análises pré-clínicas e clínicas, em seres humanos.
Histórico
Sintetizada há mais de 20 anos, a fosfoetanolamina sintética foi estudada pelo professor aposentado Gilberto Orivaldo Chierice, quando ele era ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros da USP, campus de São Carlos. Algumas pessoas tiveram acesso gratuito às cápsulas contendo a substância, produzidas pelo professor, porém sem aprovação da Anvisa. Esses pacientes usavam a pílula como se fosse um medicamento contra o câncer.
Em junho de 2014, uma portaria da USP determinou que substâncias em fase experimental deveriam ter todos os registros antes de serem distribuídas à população. Desde então, pacientes que tinham conhecimento das pesquisas passaram a recorrer à Justiça para ter acesso às pílulas.
No dia 22 de março, o Senado aprovou o projeto de lei, sancionado hoje pela presidenta, para resolver essa questão do acesso e garantir aos pacientes com câncer o direito de usar a fosfoetanolamina, mesmo antes de a fosfoetanolamina ser registrada e regulamentada pela Anvisa.
No início deste mês, a USP denunciou o professor Chierice por crimes contra a saúde pública e curandeirismo. A universidade também fechou o laboratório em que eram produzidas as pílulas, já que o servidor técnico que produzia a pílula foi cedido à Secretaria Estadual de Saúde para auxiliar na produção da substância para testes sobre seu possível uso terapêutico. O Laboratório PDT Pharma, de Cravinhos (SP), é o laboratório autorizado pelo governo de São Paulo para sintetizar a substância.
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a interrupção do fornecimento da pílula do câncer pela universidade após o fim do estoque. A Corte analisou um pedido feito pela USP contra uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que determinava o fornecimento da substância a pacientes de câncer, sob pena de multa. Na decisão, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, disse que ao obrigar a universidade a fornecer a substância, as decisões já tomadas sobre o tema estariam desviando a instituição de sua finalidade e destacou que não há estudos que atestem que a fosfoetalolamina seja inofensiva.
Mais notícias
-
Brasil
21h00 de 18/09/2025
SUS vai aplicar teste de detecção precoce de autismo a partir dos 16 meses
Medida integra a nova linha de cuidado para o TEA, lançada nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde
-
Brasil
20h20 de 18/09/2025
Gratuidade em contas de luz segue para sanção do presidente Lula
Medida deve beneficiar cerca de 4,5 milhões de famílias inscritas no Cadastro Único
-
Brasil
13h32 de 18/09/2025
Desconto em aposentadoria do INSS não voltará a ser autorizado, diz ministro
Wolney Queiroz manifestou apoio à aprovação, pelo Congresso Nacional, do PL nº 1.546/24, que proíbe os descontos
-
Brasil
12h56 de 18/09/2025
Brasil deve ter nova safra recorde de grãos em 2025/26, projeta Conab
Volume total a ser colhido na safra 2025/2026 deve ser de cerca de 353,8 milhões de toneladas.
-
Brasil
13h34 de 17/09/2025
Governo notifica patrões sobre atrasos no FGTS de empregadas domésticas
Segundo o MTE. 80.506 empregadores foram notificados para que regularizem os depósitos
-
Brasil
12h00 de 17/09/2025
Bolsa Família inicia pagamentos da parcela de setembro em todo Brasil
Ao todo, 19,07 milhões de domicílios serão contemplados em todos os municípios
-
Brasil
21h00 de 16/09/2025
Nubank e Uber oferecem corridas com até 50% de desconto; saiba mais
O desconto é válido de 16 de setembro a 16 de outubro, limitado a um uso por cliente e sujeito à disponibilidade
-
Brasil
14h00 de 16/09/2025
Governo institui programa para fortalecimento do turismo sustentável
Ação é voltada para unidades de conservação federais
-
Brasil
11h54 de 16/09/2025
Ex-delegado inimigo do PCC é morto a tiros de fuzil em SP
Ruy Ferraz Fontes foi perseguido e morto na noite desta segunda-feira (15) na Baixada Santista
-
Brasil
17h01 de 15/09/2025
Banco do Brasil distribui participação nos lucros a funcionários
Valores foram proporcionais à renda semestral de R$ 11,2 bilhões obtida em 2025