Tebet: recursos para assistência social tiveram corte de 96%
Equipe de transição identifica problemas em programas do governo
Integrante da equipe de transição, na área de assistência social, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou nesta quinta-feira (1º), durante coletiva de imprensa para apresentar os primeiros resultados do trabalho, que o setor perdeu cerca de 96% do orçamento para o ano que vem.
“Grosso modo, houve um corte de algo em torno de 96% do orçamento do Ministério da Cidadania”, declarou a jornalistas que cobrem a transição no Centro de Cultura Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Para garantir a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, mais o pagamento extra de R$ 150 por criança de até seis anos, o grupo de trabalho aponta a necessidade de pelo menos R$ 70 bilhões a mais no Orçamento. Além disso, seriam necessários recursos extras em outros programas essenciais de assistência social.
A senadora disse que também seria necessário incluir mais R$ 2 bilhões do auxílio gás. “Fora isso, para que minimamente o SUAS [Sistema Único de Assistência Social] funcione, mantendo os 8 mil Cras [Centro de Referência de Assistência Social], 7 mil unidades de atendimento, precisamos de [outros] R$ 2,6 bilhões em valores atuais. Isso fora valores de cisternas e todos os outros programas que foram abandonados”, disse Tebet. Apenas na pasta que cuida dos mais vulneráveis, o orçamento extra pode chegar a R$ 80 bilhões.
Para a senadora emedebista, o gasto extra-teto mínimo necessário para recompor o orçamento do ano que vem dificilmente poderá ser inferior a R$ 140 bilhões, considerado as necessidade de outras áreas. Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pela equipe de transição prevê a exclusão do Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) da regra do Teto de Gastos, o que pode chegar a mais de R$ 170 bilhões, segundo cálculos técnicos divulgados pelo governo eleito.
Além de Tebet, participaram da coletiva as ex-ministras do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello e Márcia Lopes, e o coordenador dos grupos de trabalho da transição, Aloizio Mercadante.
Segundo Campello, o atual governo desorganizou as atualizações do Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico) e defendeu a retomada de informações fundamentais para o monitoramento de famílias vulneráveis que recebem auxílio do governo, como dados de frequência escolar, informação sobre vacinação e acesso a outros serviços públicos básicos, como água e saneamento. “Precisamos construir uma estratégia de retomada da atualização do CadÚnico, retomar informações sobre frequência escolar. A gente não tem informação de vacinação de mais da metade das crianças mais pobres. Queremos saber se têm acesso a saneamento, à água, se mudou de endereço ou não”, disse a ex-ministra.
Irregularidades
A equipe de transição também diz ter identificado possíveis irregularidades com o aumento exponencial de famílias unipessoais, aquelas que são formadas por um indivíduo, como beneficiárias do Auxílio Brasil. Pelos cálculos apresentados, com base em dados oficiais do programa, entre dezembro de 2018 e outubro de 2022 houve um aumento de 197% no total de adultos morando sozinhos e recebendo o benefício, enquanto o crescimento de famílias com dois ou mais integrantes cresceu 21% no mesmo período.
“A população foi induzida a se cadastrar dessa forma. Não é um malfeito da pessoa pobre, é um malfeito do Estado”, disse Tereza Campello.
“O atual governo colocou mais de 2 milhões de pessoas no programa social, sem qualquer gestão, sem critério e sem acompanhamento, e agora entrega ao novo governo a tarefa de retirar essas pessoas do programa social”, criticou Mercadante.
Mais notícias
-
Política
17h26 de 22 de novembro de 2024
Mesmo citado por Cid, Pazuello fica fora da lista de indiciados da PF
Resultado da longa investigação da PF foi apresentado ao ministro do STF e ainda não teve seu conteúdo divulgado pela Corte
-
Política
17h24 de 22 de novembro de 2024
Anatel apura fraude na obtenção de celular usado para planejar golpe
Medida busca aprimorar ações de prevenção às fraudes
-
Política
17h18 de 22 de novembro de 2024
Por ‘ameaçar a democracia’, André Janones aciona a PGR e pede a extinção do PL
O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos líderes da sigla
-
Política
17h02 de 22 de novembro de 2024
Moraes determina sigilo na delação de Mauro Cid para evitar ocultação de provas
Mauro Cid prestou depoimento na quinta-feira (21) na Suprema Corte
-
Política
16h18 de 22 de novembro de 2024
Bolsonaro pode fechar aliança com MDB em 2026, diz coluna
Atualmente, o MDB está na base de governo de Lula com três ministérios: Cidades, Planejamento e Transportes
-
Política
15h57 de 22 de novembro de 2024
Mauro Cid confirma em depoimento ao STF que Bolsonaro sabia do plano golpista
Os advogados de Cid, no entanto, afirmam que ele não confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano de execução de autoridades
-
Política
14h32 de 22 de novembro de 2024
Moraes enviará inquérito de golpe à PGR na segunda (25) com manutenção de sigilo
Segundo fontes próximas ao ministro, Moraes entende que manter o sigilo facilita um “trabalho tranquilo” da equipe do procurador-geral da República, Paulo Gonet
-
Política
14h30 de 22 de novembro de 2024
Prefeito defende candidatura de Caiado, ‘melhor governador do país’, à presidência
Caiado tem uma das gestões mais bem avaliadas do país
-
Política
14h30 de 22 de novembro de 2024
Petrobras estima alcançar pico de produção de petróleo até o final da década
Estatal prevê extrair 4,6 milhões de barris por dia no ponto máximo da curva
-
Política
14h22 de 22 de novembro de 2024
CPI das Bets vai decidir se convoca Gustavo Lima e Felipe Neto na próxima semana
Votação dos 29 requerimentos em pauta antecede os depoimentos do CEO da Bet Nacional e do dono da Sportingbet