Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
2018 na Bahia começa agora com Rui, Wagner, Neto e Geddel
Em miúdos, um insucesso de Temer é gol contra para ambos, de saída, por extensão para a oposição baiana
Frase da vez
“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”
Otto Von Bismarck, político prussiano alemão (1815-1898)

Dizem os neo-governistas baianos, como Geddel e o deputado Antonio Imbassahy, que a prioridade número um agora é tirar o Brasil do buraco. Ou melhor, botar gás na economia, que já provocou a queda de Dilma.
Geddel saiu do quase ostracismo e foi guinchado ao primeiro escalão por Michel Temer. E Imbassahy, como líder do PSDB na Câmara no impeachment, também subiu o cacife. Como figuras federais, eles sabem que lá influencia cá.
Em miúdos, um insucesso de Temer é gol contra para ambos, de saída, por extensão para a oposição baiana.
ACM Neto está no mesmo jogo também torcendo por Temer, óbvio, mas com outras aspirações imediatas: quer colher os benefícios que com Dilma nunca teve.
Como fica Geddel com Neto, se ambos gostariam de disputar o governo? Essa briga não vai haver, dizem os dois. Em princípio, a composição de 2018 é mais fácil.
Há duas vagas para o Senado, o que muito ajuda.
Rui Costa, outro ator top de 2018, ganhou e perdeu. Tem o bom desempenho como trunfo. Era desconhecido e revelou-se positivamente. Deu o azar de enfrentar um momento de crise sacramentado com a queda de Dilma.
Mas Jaques Wagner já avisou:
– Quem pensa que estamos acabados, está muito enganado.
Regras incertas
Lógico que daqui até 2018 há muita água para rolar. Sequer se sabe quais serão as regras da campanha, especialmente em um ponto crucial, o financiamento de campanha.
E nesse ponto, os dois lados concordam: do jeito que está, não dá para ficar. Não há como fazer campanha em um estado como a Bahia só com doações individuais.
O jogo ficaria desigual. Geddel, por exemplo, é dono de avião. E os outros, iriam se locomover como?
Sempre atrás
Diz a senadora Lídice da Mata (PSB) que as mudanças na Bahia sempre chegam com atraso.
Depois que o PT ganhou, em 2002, o carlismo, com Paulo Souto no governo, ainda imperou mais quatro anos.
Também é certo que a oposição baiana sabe: desbancar Rui Costa do Palácio de Ondina não é tarefa fácil.

Palanque único
Além de Geddel, ACM Neto tem conversado muito com o deputado Antonio Imbassahy (PSDB), não só sobre a conjuntura nacional, mas também sobre a local.
O xis da questão: Geddel porque virou ministro de Temer e Imbassahy por ter sido líder do PSDB, o principal partido de oposição, no impeachment, subiram o cacife.
E Neto quer todos no mesmo palanque.
Cartas na mão
O deputado Benito Gama (PTB) é o encarregado pela bancada federal oposicionista de levantar os cargos federais na Bahia e os respectivos ocupantes para fazer a partilha entre os aliados.
Até agora, já identificou 45.
Benito é o cara que vai distribuir o baralho. Se diz que ACM Neto quer o Iphan.

Juca, o ministro
A entrega do título de cidadã baiana a Beth Wagner, sexta na Assembleia, reuniu alguns ícones do PT, como Jorge Solla, e o que deveria ser um ato solene, virou um protesto ‘contra o golpe’. Alguém convidou ‘o ex-ministro Juca Ferreira’ para a mesa, o deputado Marcelino Galo, o anfitrião, interveio:
— Ex-ministro, não! Ministro, porque tudo que está aí é ilegítimo!
Como Temer recuou e decidiu reabilitar o MinC, só falta Juca reivindicar a vaga.
O Google vem aí
ACM Neto vai dar coletiva hoje (10h) no Sheraton sobre o novo modelo educacional a ser adotado em Salvador, baseado no Google.
A ideia, que encanta alguns, arrepia os cabelos de outros, como os do professor Nelson Pretto, da Faculdade de Educação, que toca o projeto Polêmicas Contemporâneas.
— O avanço dos tentáculos do Google no campo educacional é algo assustador. Levantamento que estamos realizando indicam que o Google já firmou acordo com os governos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com a Prefeitura de Florianópolis/SC e a Unicamp. É algo privado entrando forte no ensino público, o que não dá para aceitar.
Na terra máter
Porto Seguro teve uma sacudida política. Lúcio Pinto (PMDB), irmão do ex-prefeito Ubaldino Pinto, que estava encolhido porque respondia a um processo na justiça eleitoral por abuso do poder radiofônico, venceu no TSE e vai disputar a eleição deste ano.
Lá, estavam candidatas à prefeita Cláudia Oliveira (PSD) e a vereadora Roberta Cayres (PPS). Ubaldino chegou a mandar o primo, o deputado federal Uldurico Júnior, transferir o título de Teixeira de Freitas para lá, como plano B.
Mais notícias
-
Política
14h12 de 04/07/2025
AGU valoriza ‘proposta de diálogo’ sobre o IOF proposta pelo STF, diz Jorge Messias
O ministro afirmou que a AGU usará a audiência de conciliação para demonstrar a “total conformidade dos decretos presidenciais”
-
Política
13h46 de 04/07/2025
Gleisi defende diálogo sobre IOF e diz que governo Lula está aberto à conciliação
Ministra reafirma compromisso com o arcabouço fiscal e elogia audiência marcada por Moraes para buscar solução negociada
-
Política
13h01 de 04/07/2025
Em discurso no Brics, Lula faz apelo as instituições financeiras sobre sustentabilidade
O presidente pediu que as instituições encontrem novas formas de financiar o desenvolvimento sustentável no mundo
-
Política
12h28 de 04/07/2025
Governo seleciona empresa para construir maternidade em Amargosa por R$ 74 milhões
Resultado final da licitação foi divulgado na edição desta sexta-feira (4) do Diário Oficial do Estado (DOE)
-
PolíticaEXCLUSIVO
11h44 de 04/07/2025
Otto minimiza votos de deputados do PSD-BA contra o governo e diz que sigla seguirá com Lula
Apesar do episódio, pessedista negou qualquer crise entre o partido e o governo federal
-
Política
11h17 de 04/07/2025
Gilmar Mendes convoca audiência pública sobre ‘pejotização’ para setembro
Em abril, o ministro suspendeu a tramitação de todos os processos que discutem o tema no país
-
Política
11h00 de 04/07/2025
Dilma critica Trump sobre uso de sanções como instrumento de dominação política
Durante reunião do Banco do Brics, presidente do NDB aponta pressões ao multilateralismo e condena medidas unilaterais
-
Política
10h58 de 04/07/2025
Moraes suspende decreto presidencial e decisão do Congresso sobre IOF
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) convocou ainda uma conciliação entre os Poderes para debater o tema, marcada para 15 de julho
-
PolíticaEXCLUSIVO
10h25 de 04/07/2025
Otto descarta ansiedade sobre formação da chapa majoritária e prega cautela sobre articulações
"No momento que exigir a decisão, nós tomamos a decisão", afirmou o senador
-
Política
09h47 de 04/07/2025
Partidos do Centrão pedem ao STF que mantenha suspensão do decreto que aumenta o IOF
As siglas PSDB, Solidariedade, Progressistas, União Brasil, PRD, Republicanos, Podemos e Avante são responsáveis pela ação