Caetano admite espaço para o PV; presidente fala em sensação de exclusão

Em meio à polêmica que envolvendo o Partido Verde (PV) em relação à espaços no governo Jerônimo Rodrigues (PT), o secretário de Relações Institucionais Luiz Caetano (PT) praticamente no final do anúncio do segundo escalão admite à possibilidade de a sigla ter participação no administração petista. Nenhuma pista foi dada em relação ao posto reservado para os verdes, mas sim reforçada as dificuldades em torno do desenho em torno da configuração. Em resposta, o presidente estadual da sigla Ivanilson Gomes afirma que, ainda que em meio a promessa, os verdes ‘se sentem totalmente excluídos’, levando em conta que ‘o pouco que tinham foi tirado’.

“Estamos discutindo mais espaço para o PV no governo, mas todos sabem que montagem de governo não é de um dia para outro, é problema. Dá um jeito daqui, um jeito dali e a gente vai arrumando e todo mundo vai ter ter oportunidade de participar para a construção do projeto”, frisou Caetano.

O presidente estadual do PV, Ivanilson Gomes, em conversa com o bahia.ba, não poupou críticas ao tratamento dispensado pela gestão aos verdes. Segundo ele, partidos que apoiaram Jerônimo no segundo turno já aforam contemplados, enquanto o pouco que eles possuíam foi tirado. “Estamos nos sentindo totalmente excluídos. Não fomos contemplados, todo dia falam que vão marcar uma conversa e esse dia nunca chega e nós que ajudamos desde o primeiro momento fazemos parte da federação (PT, PV, PCdoB), recebemos até agora foram duas exonerações, a do diretor-geral da Fapesb, Luís Araújo e a do diretor de Inovação e Desenvolvimento Sustentável da Sema, Robson Purificação”, disparou.

Gomes ainda declarou que a legenda espera ocupar um espaço onde seu partido possa colaborar com a sua expertise e não ‘angariar emprego’. “E se não há espaço, existe algum problema com o PV, basta ser transparente”, concluiu. A sigla elegeu quatro deputados estadual e um federal.

A gestão de Jerônimo Rodrigues considera a permanência de Maurício Bacelar na Secretaria de Turismo (Setur), no primeiro escalão do governo Jerônimo Rodrigues (PT) como indicação do PV. Porém, a manutenção dessa estrutura, conforme Ivanilson, já havia sido sinalizada como cota pessoal do irmão de Maurício, pela transferência de votos do próprio deputado Bacelar, que migrou para o PV após deixar o Podemos. Titular da Setur desde maio de 2021, quando foi nomeado por Rui Costa, Maurício teve a permanência no cargo garantida para o mandato de Jerônimo.

No rol das possibilidades estavam os comandos da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e a chefia do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), mas a sigla foi preterida. Como esperança estão indicações para a Empresa Gráfica da Bahia (Egba) ou para a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), desejos vistos como prêmio de consolação pelos verdes, conforme eles mesmo comentam.