Aprovação do PL de reajuste dos servidores é marcada por protestos e confusões na Alba

A bancada de oposição da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) não está satisfeita com a aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 24.877/2023 que concede o reajuste salarial linear de 4% aos servidores estaduais. O PL encaminhado para a Casa Legislativa foi votado e aprovado na tarde de terça-feira (16), durante sessão ordinária. Na oportunidade, o grupo liderado pelo deputado estadual Alan Sanches (União Brasil) fez uma movimentação de retirada do plenário no momento em que a proposta seria avaliada.

Sanches classificou a ação como “simbólica”, considerou o PL “injusto”, e pontuou à imprensa que o grupo fez uma contraproposta ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), no entanto, não foram atendidos.

“Na verdade, o projeto do reajuste realmente injusto de 4% que o governador encaminhou para aqui [Assembleia Legislativa da Bahia]. Apresentamos uma emenda para o reajuste linear de 9%, eles não concordaram e rejeitaram a nossa emenda. Nós preferimos não concordar com este tipo de votação e nos retiramos. Não só votar contra, mas é muito mais simbólico essa rejeição de nós nos retirarmos do plenário e votarmos contra esse projeto de reajuste”, afirmou o parlamentar da oposição.

Além da manifestação da minoria, grupo de servidores insatisfeitos com a proposta foram à Casa Legislativa protestar contra a ação. Na ocasião, alguns sindicatos reivindicaram o PL, com o bandeiras e faixas com palavras de reprovação. Estiveram presentes o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sindae), o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (SinpoJud) e o Sindicato dos Servidores dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sintaj) e entre outros.

Em conversa com o jornalista Raul Aguilar, o coordenador da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (FETRAB), Kleber Rosa (Psol) pede ao gestor estadual mais valorização dos servidores e deseja a “garantia de que o governo vai se comprometer com essas perdas ao longo do governo”. Para Rosa, o caminho para valorização é o diálogo e considera o reajuste de 4% “insuficiente e aumenta o percentual de perda dos servidores”.

Minimizando as críticas, o líder do governo na Alba, Rosemberg Pinto (PT) afirmou à imprensa que o reajuste de 4% deve-se “a capacidade orçamentária do governo” e garantiu que continuará a dialogar com os servidores sobre outros possíveis aumentos.

“Em relação ao reajuste linear havia uma expectativa dos servidores, mas o governo não tinha capacidade orçamentária para isso e fez aquilo que pode […]. Nós vamos continuar a discussão com os servidores naquilo que pode ser aprimorado e melhorado no decorrer dos próximos meses”, disse Pinto.

Já o governador Jerônimo Rodrigues (PT), durante coletiva de imprensa na terça-feira (16), também minimizou os protestos realizado em frente à Alba, antes do início da votação. “Eu não vi o tamanho que você está dizendo, que também é grande para você? O que é considerável para você? 100 pessoas? 100 pessoas em um universo de 200.000 servidores? Eu fui responsável“, questionou ao jornalista.

Apesar dos votos contrários do grupo, considerado minoria, ao governo petista, o PL foi aprovado e será encaminhado para a sanção do chefe do Executivo.