Facilitação de contrabando levou ‘Japonês da Federal’ à prisão
Condenado a quatro anos em regime fechado, policial federal recorria da sentença, mas teve o recurso negado pelo Supremo Tribunal de Justiça

A prisão do policial federal Newton Ishii, o Japonês da Federal, nesta terça-feira (7), em Curitiba, cumpre mandado da Vara de Execução Penal da Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e decorre da negativa de recurso interposto pelo réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O agente foi condenado a quatro anos e três meses de prisão por envolvimento em um esquema de facilitação de contrabando no país através da fronteira com o Paraguai e recorria da sentença. O caso foi investigado no âmbito da Operação Sucuri e resultou em três processos contra o policial: um na esfera criminal, outro administrativo e um terceiro por improbidade administrativa. Todos tramitam sob segredo de justiça.
Newton está detido na Superintendência da PF.
Lava Jato – Ishii também foi citado durante conversa gravada entre o ex-senador Delcídio do Amaral; o filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró; e o advogado Edson Ribeiro. Divulgado em novembro, o diálogo levou Delcídio à prisão.
Confira transcrição de trechos da conversa:
DELCÍDIO: Alguém pegou isso aí e deve ter reproduzido. Agora quem fez isso é que a gente não sabe.
EDSON: É o japonês. Se for alguém, é o japonês.
DIOGO: É o japonês bonzinho.
DELCÍDIO: O japonês bonzinho?
EDSON: É. Ele vende as informações para as revistas.
BERNARDO: É, é.
DELCÍDIO: É. Aquele cara é o cara da carceragem, ele que controla a carceragem.
BERNARDO: Sim, sim.
(…)
EDSON: Só quem pode tá passando isso, Sérgio Riera.
BERNARDO: Mas eu já cortei…
EDSON: Newton e Youssef.
DELCÍDIO: Quem que é Newton?
BERNARDO: É o japonês.
EDSON: E o Youssef, só os dois. [vozes sobrepostas] O Sérgio, porque o Sérgio traiu…
BERNARDO: Sim. Ele fez o jogo do MP, assinou. Tá..tá
(…)
EDSON: Quem é que poderia levar isso pro André?
BERNARDO: Eu acho que é carcereiro. O cara dá 50 mil aí pra você.
EDSON: A gente num entende, pô!
BERNARDO: Carcereiro, Newton… os caras são muito legais.