Publicado em 09/11/2023 às 09h40.

Jerônimo rebate Bruno sobre ICMS e volta a ironizá-lo por ligar metrô à crise no transporte

Governador respondeu a declaração do prefeito de que o reajuste do tributo afetará as empresas de ônibus; rodoviários estão em estado de greve

Fernanda Chagas / Alexandre Santos
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) rebateu o prefeito Bruno Reis (União Brasil) por afirmar que o aumento de 1,5% na alíquota do ICMS agravará a crise no transporte de Salvador. O petista também voltou a ironizá-lo por culpar o metrô pelo problema e, sem citar nomes, responsabilizou o ex-prefeito ACM Neto por não concluir o modal durante os seus dois mandatos no Thomé de Souza — entre 2013 e 2021. O embate entre prefeito e governador ocorre em meio à possibilidade de greve dos rodoviários a partir da próxima semana.

“Nós estávamos com uma das menores alíquotas do ICMS. Não é dinheiro para o governador, mas para investimentos. Quando a gente convida empresários para virem investir na Bahia, eles querem uma garantia econômica. Estamos fazendo o que é de responsabilidade do Estado. É fundamental que quem está nesse tom de crítica compreenda o que o prefeito fez com o IPTU da cidade”, disse Jerônimo nesta quinta (9) ao bahia.ba, referindo a sucessivos aumentos do tributo na gestão do padrinho de Reis.

“Ele não estava em Salvador, o prefeito atual? Parece que não sabe o que o ex-prefeito de Salvador fez com o IPTU, que foi escorchante [abusivo], fechando negócios. Olhe como está a Avenida Sete. Então é bom ele olhar pra trás”, continuou o governador.

Indiretamente, Jerônimo Rodrigues citou ACM Neto ao lembrar que o sistema metroviário só foi inaugurado em 2014, no governo Jaques Wagner (PT), após 14 anos no papel —a construção foi iniciada pela administração do prefeito Antônio Imbassahy, em 1999.

“Da mesma forma dá pra gente compreender como eles tratavam o transporte público antes de Wagner, quem foi que fez funcionar o metrô. Agora ouvir de um gestor municipal que o metrô atrapalha o transporte público. Eu não entendo. Não dá nem às vezes para debater temas como esse”, afirmou Jerônimo.

Sob protesto da oposição e de entidades empresariais, o reajuste do ICMS, já sancionado, eleva de 19% para 20,5% a alíquota do tributo. O novo percentual valerá a partir de 1º de janeiro de 2024.

Na quarta (8), Bruno Reis informou que enviaria à Câmara de Vereadores um projeto para viabilizar um subsídio de R$ 190 milhões para o transporte da capital. Segundo o prefeito, o aporte visa minimizar o impacto decorrente da majoração do ICMS. O aumento na tarifa de ônibus, diz o prefeito, também não será descartado, uma vez que o imposto incide principalmente sobre combustíveis.

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