Publicado em 04/12/2023 às 10h41.

Morre filósofo e líder quilombola Nêgo Bispo, aos 63 anos

Ativista político propôs o conceito de contra-colonialismo, medida reforça a cultura, práticas, organização social, contra os esforços de imposição dos colonizadores

Redação
Foto: Reprodução/CCOM

 

Filósofo, poeta e líder quilombola, Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo, morreu aos 63 anos, vítima de parada cardíaca, no Piauí. A morte do filósofo aconteceu no domingo (3).

Nêgo Bispo ficou conhecido por propor o conceito de contra-colonialismo, uma atitude de reforçar a cultura, práticas, organização social, contra os esforços de imposição dos colonizadores. O quilombola escreveu artigos e livros sobre a história de luta do povo negro. Para o filósofo, a contra-colonização seria o “antídoto” contra a colonização, que definia como “veneno”.

O ativista político atuou em movimentos sociais e em organizações de defesa de quilombolas, como a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas.

Nas redes sociais, o ministros da Igualdade Racial, Direitos Humanos e da Cidadania e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Anielle Franco, Silvio Almeida e Wellington Dias, respectivamente, lamentaram a morte do líder quilombola. Confira:

“Ontem fomos dormir com a dolorosa notícia da morte de Nêgo Bispo, um dos maiores intelectuais e pensadores do Brasil. Sua sabedoria ancestral e quilombola estará pra sempre conosco. Lamento muito a dor da família e dos mais próximos e garanto que todos os ensinamentos seguirão como legado. Descanse em paz!”, escreveu Anielle.

Silvio Almeida: “Lamentamos imensamente a morte de Antônio Bispo dos Santos, o Nego Bispo. Este importante pensador brasileiro e ativista quilombola deixa um legado inesquecível para a cultura nacional.”

Wellington Dias: Hoje o movimento Quilombola, o Piauí e o Brasil perdeu uma voz que ecoou em nossos corações e nos ensinou muito. Nêgo Bispo foi e sempre será um mestre que, como ninguém, falou sobre reparação histórica, respeito às lutas e sobre o direito de viver dignamente”.

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