Publicado em 07/12/2023 às 18h00.

Premiada no Nacional Pierre Verger de Fotografia, Amanda Tropicana expõe ensaio documental no MAB

O conjunto de fotos pelo qual a artista foi premiada está exposto no Museu de Arte da Bahia, com visitação gratuita de terça a domingo, de 10h às 18h, até o dia 10 de março

Redação

A noite de ontem (06) foi marcada pela entrega dos prêmios aos classificados na 9ª edição do Prêmio Nacional Pierre Verger de Fotografia. Artista carioca radicada em Salvador desde o ano 2000, Amanda Tropicana venceu na categoria “Ancestralidade e Representação”, com o ensaio “Memórias do Patiti Obá”. Trata-se de um registro documental realizado no solo sagrado de Xangô, no Ilê Axé Oba Tadê Patiti Obá, do qual ela é filha, fundado por Manoel Bonfim em 1907 no Engenho Velho da Federação, regido atualmente pela yalorixá Neide de Oxum, sua mãe de santo.

Nele, Amanda conta, através das imagens, a vivência no ritual do terreiro. O conjunto de fotos pelo qual a artista foi premiada está exposto no Museu de Arte da Bahia (Corredor da Vitória), com visitação gratuita de terça a domingo, de 10h às 18h, até o dia 10 de março. Ele integra a coleção junto a outros 12 ensaios fotográficos classificados, que estarão no catálogo do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger 2023/2024.

“Esse trabalho mantém viva a memória desse lugar, desse solo sagrado. Isso é o maior tesouro que pode ter. Pude apresentar como são os dias vivendo no chão de Xangô. Esse prêmio é dele, é da minha casa, dos meus ancestrais, dos meus santos, da minha família biológica, da minha família de santo, pra força viva de Xangô”, celebra a fotógrafa.

Além desse trabalho, Amanda está expondo ainda no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), em “Entreatos Capítulo III: Fotografia”, uma mostra coletiva que acontece na Capela do museu. Amanda doou ao MAM a obra Flores ao Mar, de 2013 – uma imagem feita na Ilha de Itaparica.

Fotógrafa, mãe e filha das águas, como se identifica, Amanda nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro, e mudou-se para Bahia, terra natal de seus pais, no ano 2000. Foi criada em Salvador, local onde também descobriu sua paixão pela fotografia, em 2005, ainda durante a escola, em um contra-luz feito na Ladeira da Barra. Desde então, segue fotografando sua relação com a cultura baiana e memória afetiva, além da sua trajetória profissional reconhecida pelo seu vasto trabalho na área em que se dedica. Profissional desde 2009, possui experiência nas áreas de fotojornalismo e fotografia documental com ênfase na cultura baiana.

É integrante da coleção de fotojornalistas brasileiros do projeto “Testemunha Ocular” do Instituto Moreira Salles, recebeu o prêmio de 1º lugar no VIII Salão de Fotografia da Marinha do Brasil e possui obras permanentes no Memorial Pierre Verger da Fotografia Baiana. Também participou de mais de 30 exposições, dentre elas: as internacionais “The Fifth Annual Exposure Photography Award”, no Museu do Louvre, Paris, e “Scope International Conteporary Art Show” em Miami; “Olhares Afro Contemporâneos”, em São Paulo (BRA) e “IBEJI ERÓ”, em Salvador (BRA). Além das exposições, integra a coleção “Fotógrafxs” da TokStok e trabalha em produções de audiovisual, como na série “Santo” (Netflix Espanha) e Samba de Santo (Globoplay).

A artista já teve publicações no site da National Geographic Brasil e em veículos impressos, como a revista alemã SportBild e nas revistas brasileiras Cláudia e Caras. Participou de eventos de fotografia, como facilitadora de oficinas e palestras como no Festival Os Brasis em SP (Red Bull Station) e na Semana de Fotografia da Bahia na Caixa Cultural de Salvador. Além disso, ensina em workshop de Fotografia Documental em aulas presenciais e online.

Amanda Tropicana – foto por Camila Brito
Ensaio Memórias do Patiti Obá, por Amanda Tropicana

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