Publicado em 19/01/2024 às 10h37.

Estudantes de Serrinha produzem podcast com conteúdo educativo antirracista

Iniciativa contempla o cumprimento da lei federal que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas

Redação
Foto: Divulgação/GOVBA

 

Duas estudantes da cidade de Serrinha protagonizam um projeto intitulado “Combatendo o racismo por meio de podcast”, uma das ações do Coletivo Daomé, formado por mulheres negras do Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) Sisal.

Sob produção de Rainara Martins e Ariane Menezes, alunas da unidade de ensino, a iniciativa contempla o cumprimento da Lei Federal nº 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas.

Para a professora-orientadora Rafaella de Lima Capistrano, os podcasts emergem como uma poderosa ferramenta de comunicação e educação.

“Eles têm o poder de educar, inspirar e unir comunidades em torno de temas importantes e urgentes. Este projeto, que reúne duas alunas negras produzindo o conteúdo do podcast, nasceu com a proposta de divulgar os livros da biblioteca de autores negros e foi utilizado para divulgar a resenha desses livros e incentivar a sua leitura na comunidade escolar. Entretanto, além de divulgar os livros de autores negros, os podcast se tornaram fonte de análise aprofundadas e de debate na luta por igualdade racial”, avalia a educadora, que leciona as disciplinas história e mundo do trabalho.

A estudante Rainara explica que um dos objetivos do podcast é fazer com que as meninas negras saibam que são acolhidas e que suas dores são compreendidas. “No ambiente escolar, onde muitas de nós já sofremos por sermos negras, queremos que essa realidade mude e um dos meios que temos para conscientizar as pessoas sobre o que é racismo é via podcast, por meio do qual podemos falar de nossas origens, dos nossos descendentes. Podemos quebrar as limitações que a sociedade impõe sobre as pessoas pretas. Já recebi muitos relatos de meninas que sofreram muito bullyng por causa de suas origens, diminuindo sua autoestima. Nosso maior intuito, portanto, é contribuir para a autoaceitação das meninas negras, ajudando elas a entenderem que os nossos traços são lindos”, relata.

Os podcasts são veiculados na hora do intervalo das aulas, bem como são utilizados grupos de WhatsApp para divulgar o conteúdo dessas publicações de áudio. “Mas estamos projetando lançar em outra plataforma digital quando recebermos o dinheiro do Edital Makota Valdina. Esse dinheiro será essencial para comprar aparelhos específicos”, diz a professora Rafaella, para quem o projeto é sobre ação.

“Além de oferecer um conteúdo educativo por meio do podcast, o Coletivo Daomé se compromete com a promoção de eventos e atividades comunitárias que ampliem o alcance de nossa mensagem e incentivem a mudança prática em nossa comunidade escolar.”

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