Taxas futuras de juros voltam a subir com ata do Copom e declarações de Galípolo
DIs sobem após três sessões consecutivas em queda
As taxas dos DIs fecharam nesta terça-feira (25) em alta firme, com investidores realizando lucros e ajustando posições após quedas nas três sessões anteriores, em um dia marcado pela ata do último encontro do Copom e por declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, que reforçaram as mensagens mais recentes de cautela na política monetária.
Segundo informações do portal InfoMoney, na sexta-feira a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,565%, ante 10,553% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,125%, ante 11,09% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,505%, ante 11,447%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,08%, ante 11,982%, e o contrato para janeiro de 2033 marcava 12,09%, ante 11,994%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou que, além da unanimidade entre os membros quanto à manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano, todos concordaram que o colegiado deve “perseguir a reancoragem das expectativas de inflação independentemente de quais sejam as fontes por trás da desancoragem ora observada”.
Além disso, o documento trouxe uma elevação da taxa de juros neutra — aquela em que não há estímulo nem retração da economia — de 4,50% para 4,75%, conforme o cálculo do BC.
Profissionais ouvidos pela Reuters avaliaram a ata como “neutra” para a curva de juros, por apenas reforçar pontos abordados no comunicado do Copom na semana passada.
Durante videoconferência, Galípolo retomou ideias contidas nos documentos. Ele também reconheceu o incômodo com o avanço recente do dólar ante o real, mas ressaltou que o BC não tem uma meta de câmbio ou de diferencial de juros, mas sim uma meta de inflação.
“Tivemos dois vetores relevantes hoje (terça-feira), a ata e o Galípolo, mas nenhum dos dois trouxe novidades. Pelo contrário, reforçaram a visão dos últimos dias, em que o Copom serviu para pacificar um pouco do estresse dos ativos”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Neste cenário, a taxa do vencimento para janeiro de 2031 atingiu o pico de 12,150%, em alta de 17 pontos-base ante o ajuste anterior. O movimento ocorria a despeito de, no exterior, os Treasuries estarem acomodados, com o rendimento do papel de dez anos oscilando perto da estabilidade na maior parte do dia.
Os dados de arrecadação em maio, também divulgados pela manhã, foram positivos, mas incapazes de aliviar as taxas na curva a termo, em meio à persistência da ideia de que o governo brasileiro precisará cortar despesas — e não somente arrecadar mais — para equilibrar as contas.
A Receita Federal informou que a arrecadação do governo teve alta real (descontada a inflação) de 10,46% em maio ante o mesmo mês do ano anterior, somando 202,979 bilhões de reais. É a maior arrecadação para o mês desde o início da série histórica, em 1995. O dado veio um pouco acima dos 199,726 bilhões de reais estimados por economistas em pesquisa da Reuters.
Durante a tarde as taxas futuras perderam um pouco da força, mas, ainda assim, terminaram com altas de 10 pontos-base nos vencimentos mais longos.
Perto do fechamento a precificação da curva indicava 87% de chances de manutenção da Selic em 10,50% no próximo encontro do Copom, em julho. Havia outros 13% de probabilidade precificados no sentido de que o colegiado poderá aumentar em 25 pontos-base a Selic. Na segunda-feira, os percentuais eram os mesmos.
Mais notícias
-
Economia
10h00 de 28 de setembro de 2024
‘Aposta é entretenimento, não meio de ganhar dinheiro’, diz secretário
Regis Dudena afirma que governo começou a fazer pente-fino no setor
-
Economia
08h00 de 28 de setembro de 2024
Google restringe anúncios de bets a empresas registradas na Fazenda
Nova política entra em vigor na segunda-feira (30)
-
Economia
20h40 de 27 de setembro de 2024
Com mais 16.149 postos de emprego em agosto, Bahia soma 81.096 novas vagas neste ano
Os dados do emprego formal são do Ministério do Trabalho e Emprego
-
Economia
20h00 de 27 de setembro de 2024
Aneel aciona bandeira vermelha em outubro, e conta de luz terá reajuste ainda maior
O aumento da conta de luz em outubro será o terceiro deste ano
-
Economia
19h36 de 27 de setembro de 2024
Fruticultura baiana atinge patamar recorde e gera R$ 5,7 bilhões em 2023
Essa performance coloca a Bahia como o terceiro maior produtor de frutas do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Pará
-
Economia
18h11 de 27 de setembro de 2024
Dólar tem leve queda após dados de alta do emprego no Brasil
Moeda americana apresentou um leve recuo de 0,12%. Dólar é cotado a R$ 5,43 nesta sexta (27)
-
Economia
17h53 de 27 de setembro de 2024
Juros do cartão de crédito caem e atingem 426,9% ao ano em agosto
Taxa do cheque especial sobe 2,7 pontos e chega a 134,3% ao ano
-
Economia
15h26 de 27 de setembro de 2024
Massa salarial dos trabalhadores atinge recorde em agosto, diz IBGE
Total de pessoas empregadas foi 102,5 milhões
-
Economia
14h41 de 27 de setembro de 2024
Número de postos de trabalho com carteira assinada no Brasil sobe 0,49% em agosto
Recorte dos últimos 12 meses é positivo com mais de 1 milhão de vagas criadas
-
Economia
14h21 de 27 de setembro de 2024
‘Chegou a hora de colocar ordem nisso’, diz Haddad sobre bets
Em áudio, ministro afirmou que há atraso na regulamentação de apostas