Mercado eleva previsão da inflação de 3,98% para 4% em 2024
Projeção de expansão da economia está 2,09% este ano, diz BC
Pela oitava semana seguida, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve elevação, passando de 3,98% para 4% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (1º), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2025, a projeção da inflação também subiu de 3,85% para 3,87%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro de tolerância, que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, assim, o CMN não precisa mais definir uma meta de inflação a cada ano. Na semana passada, o colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em maio, pressionada pelos preços de alimentos e bebidas, a inflação do país foi 0,46%, após ter registrado 0,38% em abril. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 12 meses, o IPCA acumula 3,93%.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e o aumento das incertezas econômicas fizeram o BC interromper o corte de juros iniciado há quase um ano. Na última reunião, em junho, por unanimidade, o colegiado manteve a Selic nesse patamar após sete reduções seguidas.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 no patamar que está hoje, em 10,5% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 9% ao ano, para os dois anos.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano permaneceu em 2,09%. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,98%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2%, para os dois anos.
Superando as projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento foi 3%.
A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,20 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,19.
Mais notícias
-
Economia
17h43 de 05 de julho de 2024
Dólar tem queda de 2,2% na semana e fecha em R$ 5,46
Moeda norte-americana teve nova queda nesta sexta-feira, de 0,46%, cotado a R$ 5,4618
-
Economia
17h35 de 05 de julho de 2024
Confiança do empresariado baiano reage e volta a registrar aumento em junho
Junho marcou a quinta vez consecutiva que o ICEB ficou abaixo de zero e representa o segundo menor nível do ano
-
Economia
16h25 de 05 de julho de 2024
Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,4 bilhões de valores a receber
Sistema do BC já devolveu R$ 7,13 bilhões em recursos esquecidos
-
Economia
13h14 de 05 de julho de 2024
Ibovespa cai após semana positiva com influência do exterior
Indefinição em Wall Street e baixa no minério de ferro chinês trazem instabilidade na bolsa brasileira
-
Economia
09h50 de 05 de julho de 2024
Após rusgas entre Lula e Campos Neto, ministro diz que ‘BC é página virada’
Estratégia prevê também que o presidente não antecipe para julho a indicação do novo presidente do Banco Central
-
Economia
19h40 de 04 de julho de 2024
Ministério revisa para cima projeção de superávit comercial
Estimativa para 2024 passa de US$ 73,5 bi para US$ 79,2 bi
-
Economia
18h49 de 04 de julho de 2024
Importação de veículos elétricos provoca queda na balança comercial
Resultado representa saldo 33,4% menor em relação a junho de 2023
-
Economia
17h56 de 04 de julho de 2024
Dólar cai 1,46%, a R$ 5,48, em 2º dia de forte baixa após Lula mudar tom sobre fiscal
Presidente deixou de criticar BC, como vinha fazendo diariamente, e passou defender equilíbrio fiscal
-
Economia
16h42 de 04 de julho de 2024
Petróleo fecha em alta modesta, ajudado por dólar em baixa, em dia de liquidez fraca
Contratos chegaram exibir queda mais cedo, sem impulso depois dos ganhos da quarta-feira com liquidez reduzida
-
Economia
15h55 de 04 de julho de 2024
PIX por aproximação deve começar em fevereiro de 2025, diz BC; veja datas e como vai funcionar
BC também vai permitir que clientes não precisem mais sair do ambiente de compras online