Publicado em 26/07/2024 às 17h52.

Ibovespa fecha com alta de 1,2%, puxado por Vale e inflação nos EUA; Usiminas desaba

Bolsas dos EUA fecham com forte alta, após dados de inflação em linha com expectativas

Redação
Reprodução: Patricia Monteiro/Bloomberg

 

O Ibovespa (IBOV) fechou com alta de 1,22%, aos 127.492,49 pontos, um ganho de 1.538 pontos, e o maior avanço em um só dia desde a alta de 1,36% de 27 de junho último. Apesar da forte recuperação em relação às três quedas seguidas vistas esta semana, o Ibovespa terminou mesmo no negativo, com 0,10%, a segunda semana consecutiva no vermelho. O dólar comercial voltou a subir, agora com 0,18%, a R$ 5,65. E os DIs (juros futuros) recuaram por toda a curva.

Segundo informações do portal InfoMoney, o principal acontecimento do dia, a despeito da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, foi mesmo a divulgação do relatório do índice de preços de consumo pessoal nos Estados Unidos (EUA), o PCE, o preferido do Federal Reserve, que veio estável em junho na comparação a maio, dentro do esperado por analistas. “O que pega na inflação de lá, que mantém ela alta, é o setor de serviços, que vem mostrando uma resiliência mais forte, em meio a um mercado de trabalho que ainda está bastante sólido”, disse Francisco Nobre, economista da XP, que participou do Morning Call da XP hoje.

Como o relatório caiu no entendimento do Fed, em breve saberemos. “O mercado já precifica um corte em setembro”, afirmou. Na semana que vem tem reunião do Fomc, mas não há previsão de alteração na taxa de juros. “Mas eles devem abrir as portas para um corte num futuro próximo. Eles devem fazer alguma sinalização que estão muito pertos de diminuir a taxa de juros”, ressaltou.

“O Fomc da semana que vem deve abrir a porta para um corte de juros na reunião de setembro, quando o Fed trará revisão de suas projeções, mas sem se comprometer, mantendo a cautela diante das incertezas com os próximos dados. Powell fará uma leitura dovish dos últimos dados, mas deve dizer que precisa de mais números favoráveis de inflação nos próximos meses para garantir confiança necessária em cortar juros”, pontuou Andressa Durão, economista do ASA.

O mercado, no final das contas, observou os números como positivos, dignos de medalha de ouro. “Vale destacar que a retomada do crescimento dos preços se deu em patamar mais baixo do que aquele que vinha sendo observado desde o início do ano. Além de positivo do ponto de vista quantitativo, haja vista que não se descolaram das projeções do mercado, os resultados também foram positivos quando analisados qualitativamente. Evidências neste sentido podem ser encontradas na composição do indicador”, disse Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

A empolgação, ou alívio, se reproduziu em negócios. Os principais índices em Nova York mostraram uma recuperação acelerada, digna de 100 metros rasos, diante das fortes baixas nos últimos dias. “O relatório benigno do PCE de hoje ajudou a tirar o mercado do precipício”, disse à CNBC Sam Stovall, estrategista da CFRA. “Assim, a grande rotação contínua viva e a amplitude continua do nosso lado”.

E no Brasil não foi diferente. A animação que se viu na delegação brasileira em Paris, na cerimônia de abertura, se viu também nos ganhos em São Paulo. Nem mesmo as críticas do presidente Lula novamente ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tiraram o sabor da vitória. Até porque a Vale (VALE3), que divulgou um balanço que não brilhou como ouro aos olhos do mercado, disparou 1,49%, com sessão de alta do minério, lucro acima do esperado e dividendos.

Para a XP, a mineradora reportou resultados ligeiramente mais fracos do que o esperado no 2T24, com Ebitda ajustado proforma de US$ 4,0 bilhões, 6% abaixo da projeção da casa, mas praticamente em linha com o consenso.

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