Publicado em 17/09/2024 às 10h08.

Marina Silva: ‘Neste momento, qualquer incêndio se caracteriza como criminoso’

Além do trabalho para controle das queimadas, governo federal atua na investigação dos mandantes, diz ministra

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que, além das ações de combate aos incêndios que atingem diversos estados brasileiros, o governo federal atua para investigar e punir os mandantes das queimadas.

Segundo a ministra, todos os estados e o Distrito Federal possuem decretos proibindo queimadas e, por isso, qualquer incêndio é considerado criminoso.

“Neste momento qualquer incêndio se caracteriza como incêndio criminoso. Há uma proibição do uso do fogo em todo território nacional, Os estados, os últimos que fizeram decretos de proibição do fogo foram Rondônia e o Pará. E o Ministério do Meio Ambiente, desde o meio do mês de abril que havia estabelecido o alerta para que os estados fizessem a decretação da proibição do fogo. Nós estamos vivendo uma seca severa, praticamente em todo o território nacional, e essa proibição caracteriza qualquer incêndio que está sendo feito contraria à lei, isso caracteriza crime”, disse Marina, durante programa transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) nesta terça-feira (17).

Marina Silva falou sobre o trabalho dos órgãos para o combate aos incêndios e as ações de inteligência para identificar os mandantes das queimadas.

“Para além do trabalho que vem sendo feito de enfrentamento do fogo pelo Ibama, pelo ICMBio, pelo Corpo de Bombeiro dos estados, o apoio de todas as forças que estão sendo mobilizadas, o Exército, a Marinha, a Aeronáutica, nós temos um esforço que precisa ser feito na direção da investigação. Neste momento, a Polícia Federal tem 52 inquéritos abertos. O presidente Lula ligou para o presidente (do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto) Barroso, para que haja suporte legal para que essa investigação possa acontecer com mais velocidade”.

“E temos aí toda uma articulação que vem sendo feita pelo ministro (da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo) Levandowski. Uma coisa importante é o trabalho de inteligência. Com o trabalho de inteligência, a gente consegue pegar inclusive quem são os articuladores, quem são os mandantes para além daquele que você viu ou por alguma razão tem um registro dele ateando fogo”, explicou a ministra.

Crime hediondo

Para Marina, é necessário aumentar a pena para quem provoca queimadas e cita a possibilidade de tornar o incêndio florestal um crime hediondo.

“Obviamente que as penas hoje são inadequadas para combater àqueles que desrespeitam a lei e usam o fogo criando essa situação dramática no nosso país, porque a pena é de dois a quatro anos de prisão. Quando a pena é leve, às vezes ela é transformada em algum tipo de pena alternativa. E ainda você tem uma atitude como de alguns juízes, que relaxam completamente a pena. Ou seja, tem um crime contra o meio ambiente, um crime contra a saúde pública, um crime que está sendo praticado contra o patrimônio e a economia brasileira, e temos uma pena que é muito leve.”

“Por isso que, na sala de situação, estamos trabalhando para a elevação da pena. Tem projetos de lei no Congresso Nacional, que estabelece que o fogo com intenção de queimada deve ser considerado um crime hediondo. E aí você vai ter uma pena muito mais forte”, disse.

 

 

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