Publicado em 18/09/2024 às 13h20.

Após retorno do X, Bolsonaro diz que bloqueio é ‘censura prévia’

Funcionamento do antigo Twitter retomou para parte dos usuários da rede social

Redação
Foto: Beto Barata/PL

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou o retorno repentino do X (antigo Twitter), na manhã desta quarta-feira (18), para comemorar a pressão feita pela população para o retorno da rede social. O liberal ainda considerou o ato como “retrocesso”. 

“Parabenizo a todos pela pressão que fazem as engrenagens circular na defesa da democracia no Brasil. Desistir não é uma opção e os senhores é que alimentam um futuro próspero a nosso país. Nos últimos dias, os brasileiros testemunharam acontecimentos que lançaram ainda mais luz sobre os graves retrocessos à liberdade no Brasil”, escreveu o ex-mandatário. 

Sem mencionar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o liberal ainda afirmou que a atitude é “censura prévia, prática vedada pela Constituição e uma grave violação de direitos fundamentais”. Moraes é autor da ação que suspendeu o funcionamento da rede no Brasil. 

“O X foi banido por questionar decisões judiciais que exigiam não só a remoção pontual de postagens, mas a exclusão permanente de perfis. Isso é censura prévia, prática vedada pela Constituição e uma grave violação de direitos fundamentais. Pior: ao banir a maior rede social do país, não foi uma empresa que foi punida, mas milhões de brasileiros, privados do acesso livre à informação e do direito de se expressar”, disse Bolsonaro.

“Pouco antes, o mesmo ministro censurou a Folha de SP, impedindo-a de publicar uma entrevista com Filipe Martins, um inocente preso por mais de 6 meses sem julgamento sob a alegação de ter feito uma viagem que nunca realizou. O mesmo ministro transformou uma discussão banal sobre uma fila de aeroporto em um “atentado à democracia”, tornando uma família ordeira e cumpridora da lei parte de um inquérito sem qualquer justificativa legal”, acrescentou. 

Para o ex-presidente, a Starlink, empresa do bilionário Elon Musk, dono do X, “foi punida arbitrariamente” e afirmou que o empreendimento foi alvo de “disputa judicial da qual não era parte”. 

“Isso mina a segurança jurídica e a confiança dos investidores. O Brasil deveria ser um porto seguro para investimentos e inovação, mas afugenta investidores e rejeita empresas inovadoras. Todo este enredo surge enquanto as revelações de Glenn Greenwald, publicadas na Folha de SP, mostram que esses inquéritos ignoram o devido processo legal, com pré-seleção de alvos baseada em suas opiniões políticas e não em suas ações. Quando a justiça age seletivamente, todos corremos risco. Quando a censura prévia é normalizada, perdemos nossa liberdade. Quando a liberdade de expressão e de imprensa são ameaçadas, a Democracia grita por socorro.Deus, Pátria, Família e Liberdade”, concluiu. 

Procurada pelo bahia.ba, a assessoria da Corte informou que está checando o possível retorno da plataforma, mas, que até o momento, não há nenhuma decisão para que a rede retome o funcionamento no país. “O Supremo Tribunal Federal (STF) está checando a informação sobre o acesso ao X por parte de alguns usuários. Aparentemente é apenas uma instabilidade no bloqueio de algumas redes”, afirmou.

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