Publicado em 20/09/2024 às 11h10.

Quatro policiais penais são presos suspeitos de explorar esquema de extorsão no sistema prisional

Servidores cobravam valores entre R$ 20 e R$ 70 para viabilizar pernoite ou fins de semana fora da unidade penal, segundo MP

Redação
Imagem: Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização

 

Quatro policiais penais foram presos preventivamente na manhã desta sexta-feira (20), em Salvador, sob suspeita de crimes de extorsão, associação criminosa e corrupção contra internos do sistema prisional. O grupo foi alvo da Operação Falta Grave, deflagrada conjuntamente pelo MP-BA (Ministério Público da Bahia), por meio do Gaeco (Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais) e pela Seap (Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização). A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos investigados, cujos nomes não foram divulgados.

Eles foram detidos no Engenho Velho de Brotas, Estrada das Barreiras, Alto da Terezinha e na sede do Gaeco, em Nazaré, onde um dos agentes se apresentou.

Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos bairros onde ocorreram as prisões e em Fazenda Grande do Retiro e Nova Brasília. Além de apreensão administrativa de uma pistola, quando também foram apreendidas munições de diversos calibres, aparelhos celulares, notebooks, relógios e dispositivos eletrônicos.

Segundo as investigações, que duraram cerca de dois anos, os servidores são lotados na CAE (Casa do Albergado e Egresso), na capital e, de forma contínua e sistêmica, há anos cobravam uma espécie de pedágio dos internos para viabilizar o pernoite ou fins de semana fora da unidade penal. Os valores variaram entre R$ 20 e R$ 70 o dia.

Eles já foram denunciados pelo MP por meio de um processo que corre sob sigilo. Três agentes estavam em atividade, enquanto um aposentou-se recentemente.

A apuração aponta ainda que os servidores burlavam os registros de presença dos internos, por meio de assinaturas retroativas dos detentos no livro de presenças em relação ao período em que, na verdade, estavam fora da unidade.

O MP afirma que tal prática criminosa está arraigada no sistema penal, uma vez que os presos do regime fechado e semiaberto em Salvador tinham total conhecimento do esquema. Ou seja, a investigações constataram que, ao progredirem de regime, eles procuravam os agentes penais corruptos para se beneficiar.

De acordo com o secretário da Seap, José Castro, a pasta também vai apurar o caso internamente. “Já determinei a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar junto com o Ministério Público, visando apurar individualmente a conduta de cada envolvido”, afirmou.

 

 

 

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.