EUA enviam tropas ao Oriente Médio em meio à escalada de conflito entre Israel e Hezbollah
De acordo com o Ministério da Saúde do país, que vive o dia mais sangrento do conflito, 1.024 pessoas ficaram feridas, e há civis entre as vítimas
Diante da iminência de um novo conflito entre Israel e Hezbollah, os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (23) que enviarão tropas ao Oriente Médio.
O anúncio foi feito pelo Pentágono, que não especificou quantos soldados serão enviados ou para quais bases, mas informou que a decisão foi tomada devido à escalada dos confrontos entre Israel e Hezbollah.
Nesta segunda-feira, Israel realizou o maior ataque ao Líbano desde o início da guerra em Gaza, resultando em 356 mortos. Aviões israelenses bombardearam o sul, o leste do Líbano e a capital Beirute, que já havia sido alvo na sexta-feira (20).
As novas tropas, segundo o porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, se juntarão às forças norte-americanas já presentes na região, que atualmente somam 4.000 militares distribuídos em bases no Oriente Médio.
O anúncio coincide com o pedido da Embaixada dos EUA no Líbano para que seus cidadãos deixem o país, devido ao risco de uma guerra regional.
“Devido à natureza imprevisível do conflito entre Hezbollah e Israel e às recentes explosões em todo o Líbano, incluindo Beirute, a Embaixada dos EUA aconselha que cidadãos americanos deixem o Líbano enquanto ainda há opções comerciais disponíveis”, informou o Departamento de Estado no sábado.
O Ministério da Saúde do Líbano informou que 274 pessoas morreram e mais de 1.024 ficaram feridas após um amplo ataque aéreo israelense nesta segunda-feira (23).
As Forças de Defesa de Israel alertaram previamente a população civil para que se afastasse de possíveis posições e depósitos de armas do Hezbollah.
Entre as vítimas, estão 21 crianças e 31 mulheres, segundo as autoridades libanesas, que também relataram a morte de profissionais de saúde. Israel informou que um comandante de alto escalão do Hezbollah, identificado como Ali Karaki, foi atingido.
Os ataques desta segunda-feira fazem deste o dia mais sangrento no Líbano em mais de 18 anos, desde a guerra de 2006 entre Israel e Hezbollah. Aproximadamente 800 alvos do grupo foram atacados, sendo este o bombardeio mais extenso territorialmente desde o início das hostilidades há quase um ano.
Moradores das regiões atacadas no Líbano receberam alertas por mensagens de texto e voz de Israel, avisando sobre a iminência dos ataques.
No domingo (22), o Hezbollah lançou cerca de 150 foguetes, mísseis e drones no norte de Israel em resposta a um bombardeio israelense que matou aproximadamente dez comandantes do grupo extremista, incluindo um de alto escalão.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou a “agressão contínua de Israel contra o Líbano”, classificando-a como “uma guerra de extermínio” e apelou à ONU e a “países influentes” para conter os ataques.
O ministro do Interior do Líbano anunciou que escolas serão transformadas em abrigos em Beirute, Trípoli e no sul do país, devido ao intenso deslocamento de civis. As aulas em escolas e universidades foram suspensas.
O Ministério da Saúde do Líbano ordenou o cancelamento de cirurgias eletivas em todos os hospitais, para que as unidades de saúde possam atender os feridos dos bombardeios.
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