Dólar sobe com escalada da guerra no Oriente Médio, mas alta é limitada a 0,3%
Notícias sobre agravamento do conflito entre Irã e Israel fez os investidores globais buscarem ativos de segurança
O dólar à vista fechou em alta frente ao real nesta terça-feira (1º), impulsionado pelo movimento global de busca por ativos seguros em meio à escalada do conflito no Oriente Médio, após o Irã realizar um ataque com mísseis a Israel.
O receio de que o conflito entre israelenses e palestinos escale no Oriente Médio, com envolvimento de países fora da região, fez os preços do petróleo dispararem, o dólar acelerar ganhos ante outras divisas e os rendimentos dos Treasuries ampliarem as baixas – um efeito cascada da busca dos investidores por segurança.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial subiu 0,31% ante o real nesta terça-feira, a R$ 5,463 na compra e a R$ 5,464 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) tinha alta de 0,12%, a 5.479,69 pontos.
Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,24%, cotado a R$ 5,4491. No ano, a divisa norte-americana acumula elevação de 12,62% ante o real.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,463
Venda: R$ 5,464
Dólar turismo
Compra: R$ 5,495
Venda: R$ 5,675
O que aconteceu com o dólar hoje?
O dólar chegou a oscilar em baixa ante o real no início da sessão desta terça-feira (1º), com as cotações refletindo a percepção de que o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos (EUA) segue amplamente favorável ao real, ainda mais depois que o Banco Central aumentou a taxa básica Selic.
O dólar à vista marcou a mínima de R$ 5,4308 (-0,34%).
Ainda pela manhã, no entanto, a moeda norte-americana virou para alta acompanhando o fortalecimento da divisa no exterior, após as notícias sobre o agravamento do cenário no Oriente Médio.
A expectativa de um ataque do Irã a Israel disparou uma busca por ativos de menor risco, como o dólar, em um movimento que foi ampliado à tarde, após a confirmação da investida iraniana contra o território israelense.
No Brasil, a aversão ao risco se traduziu na aceleração do dólar ante o real e na migração das taxas dos DIs para o território positivo. Às 14h27, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de R$ 5,4794 (+0,56%).
“Quando surgem episódios bélicos, os investidores acabam procurando mercados mais protegidos, mais seguros. Aí a tendência é que haja fuga para o mercado norte-americano”, pontuou durante a tarde Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
Após o impacto inicial das notícias sobre o ataque, o dólar desacelerou, mas, ainda assim, terminou em alta ante o real. Profissionais ouvidos pela Reuters ponderaram que os impactos do conflito no Oriente Médio serão mais duradouros no câmbio apenas se houver um acirramento de fato, com o envolvimento de países de fora da região.
“O cenário de tensão geopolítica nunca é positivo. No início é normal haver um exagero, como na alta do petróleo, na busca pelo ouro ou por títulos dos EUA. No longo prazo, se tivermos mesmo uma escalada, que não fique só no Oriente Médio, isso seria muito negativo para o mundo como um todo”, disse Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.
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