Publicado em 09/10/2024 às 10h34.

Economia está ‘rodando bem’, mas crise da seca se torna preocupante, avalia Haddad

Para o ministro, o fenômeno climático possui um impacto muito maior na economia do que os altos juros do BC

Redação
Foto: Valter Campanato /Agência Brasil

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (9) que a economia brasileira está “rodando bem”, apesar dos juros “restritivos”, e que é a questão da seca que o preocupa no momento. Haddad fez ainda sua avaliação sobre os juros altos no Banco Central, constante alvo de críticas por parte do governo e as mudanças esperadas com a aprovação de Gabriel Galípolo pelo Senado para presidir a autarquia.

“O juro já está no campo restritivo. Mas isso é uma discussão técnica que os novos diretores farão. Agora vamos ter, a partir de janeiro, novos três nomes, vamos ver como as coisas vão se dar. Até aqui a economia está rodando bem, está forte, os preços estão controlados”, disse.

Segundo matéria do InfoMoney, o ministro pontua que a questão da seca se mostra muito mais preocupante no momento. Ele citou dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta, que mostram o impacto do fenômeno em dois componentes importantes: energia e alimento. Segundo dados do IBGE, a inflação de setembro ficou em 0,44%, puxada principalmente pela conta de luz e alimentos.

“Isso não tem a ver com o juro, juro não faz chover. Isso tem a ver com o fato de que tem um choque de oferta em virtude da seca e traz problemas para a inflação. Mas é temporário, não é uma coisa que vai se estender no tempo. Daqui a pouco a chuva chega e as coisas voltam ao normal, os preços voltam ao normal. Mas isso tem que ser analisado com a devida cautela, não tomar uma decisão equivocada em função de uma questão climática que é temporária, não é permanente”, defendeu.

Ainda falando sobre o Banco Central, Haddad afirmou que o governo tem preocupações com a questão de gênero nas próximas indicações de diretorias na autarquia, que serão encaminhadas por Gabriel Galípolo, após ter passado por uma sabatina “bem-sucedida” e ter o nome aprovado para a presidência da autoridade monetária com votação expressiva no Senado.

O BC precisa indicar nomes para as diretorias de Política Monetária, ocupada hoje por Galípolo, e de Regulação e Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, cujos mandatos dos diretores encerram em dezembro. A expectativa do governo é de que os nomes sejam votados em novembro, mas esse prazo será acertado com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva bater o martelo em relação às indicações.

“A sabatina foi muito bem-sucedida. Foi muito saudável a maturidade com que a sabatina foi feita e a votação foi muito expressiva. Penso que é um sinal de que institucionalmente as coisas vão bem. Temos, sim, essa preocupação com a questão de gênero no BC, e o Galípolo ficou, de ato contínuo à sabatina, levar ao presidente Lula alguns nomes, uma vez que é ele que indica ao Senado para que esses nomes sejam sabatinados”, explicou o ministro.

Já em relação às suas expectativas em torno da gestão de Galípolo na autoridade monetária, Haddad reiterou que ele é uma pessoa técnica. “Nós temos procurado escolher pessoas que tenham um grau de maturidade técnica para ajudar a melhor estratégia de combater a inflação, trazê-la para a meta”, lembrando que o País vive no regime de meta contínua. Ele também mencionou a relação técnica mantida entre a Fazenda e o BC e que nunca faltou respeito de parte a parte.

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