Publicado em 10/10/2024 às 09h37.

Taxas do Tesouro Direto disparam após dados do IPCA e podem atingir resultado recorde

Mercado exterior apostam em um menor corte de juros do Fed em novembro

Redação
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

 

As taxas do Tesouro Direto dispararam ao longo da sessão da última quarta-feira (9), após a divulgação dos dados da inflação de setembro apontarem para uma alta nos preços, resultado que vai na contramão da queda apresentada pelo índice no mês anterior. Mais afetados, os títulos de prazo mais curto experienciaram a maior variação em vista da influência que a inflação de curto prazo exerce sobre as taxas de juros.

Segundo matéria do InfoMoney, na véspera, o Tesouro Prefixado 2027 fechava com uma taxa de 12,30%, enquanto na abertura de quarta, essa taxa subiu para 12,39%, e na última atualização do dia, alcançou 12,57%, com a possibilidade de marcar um valor ainda maior no fechamento. O prefixado médio, com vencimento em 2031, também teve uma grande abertura nos prêmios. Os 12,33% do fechamento anterior passaram a 12,58% na última atualização de hoje, após uma abertura de 12,44%.

Para o título de 2027, o valor de 12,57% de prêmio é um novo recorde do ano, enquanto a taxa de 12,58% se aproxima do maior patamar de 2024, que foi de 12,65%, verificado em julho. Já o movimento dos títulos seguiu a curva já esperada dos juros futuros, que haviam aberto a mais de 20 pontos-base na quarta. Para especialistas, o impulso local veio do exterior, com o aumento dos rendimentos dos Treasuries americanos.

As apostas no mercado exterior são de um próximo corte de juros do Federal Reserve bem menor que o anterior, passando de 50 pontos-base para 25 pontos-base em novembro.

“Isso contaminou os mercados emergentes, com o dólar mais forte também. Hoje, o Brasil está com performance até pior que os demais emergentes”, afirmou Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank, à Reuters, ao justificar o avanço firme das taxas dos DIs.

IPCA

Os dados do IPCA, entretanto, não passaram despercebido e a alta, de 0,44%, apresentada pelo indicador, somada a alta acumulada de 4,42% em 12 meses – uma forte aceleração em relação ao resultado de agosto, quando cedeu 0,02%, gerou preocupação no mercado, que entende que a Selic terá que se manter elevada por mais tempo, apontam especialistas.

Por outro lado, os títulos de inflação não tiveram o mesmo impacto na curva de juros quanto os prefixados. O IPCA+ 2029 teve a maior abertura: saiu de um prêmio de 6,60% na véspera para 6,70% na última atualização do dia — um patamar muito próximo do recorde de 6,72% em 12 meses, verificado em 23 de setembro.

Já o IPCA+ 2035 subiu de 6,36% para 6,40% — mais distante do recorde de 6,58% marcado em julho.

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