Publicado em 10/10/2024 às 12h35.

Vendas no comércio varejista desaceleram 0,3% em agosto, aponta IBGE

Queda foi impulsionada principalmente por baixas no grupo de artigos de uso pessoal e doméstico

Redação
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

 

O volume de vendas do comércio varejista do Brasil caiu 0,3% em agosto, após ter apresentado uma leve recuperação no mês de julho, é o que apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (10). Um dos destaques de queda foi o grupo de artigos de uso pessoal e doméstico, cujas vendas caíram 3,9%. A média móvel trimestral, após variação de 0,2% em julho, ficou negativa em -0,2% no trimestre encerrado em agosto.

Segundo matéria do InfoMoney, na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista subiu 5,1% em relação a agosto de 2023, na 15ª taxa consecutiva no campo positivo. No acumulado no ano, a alta chegou a 5,1%, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,0%. O dado de agosto vem melhor que as projeções feitas pelo consenso LSEG de analistas, que previam queda de 0,5% na comparação mensal e evolução de 3,6% na leitura anualizada.

Por outro lado, o comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, apresentou queda em seu volume de vendas no mês, de 0,8% na série com ajuste sazonal.

Para Cristiano Santos, gerente da pesquisa, o comportamento do comércio em 2024 ainda é positivo, uma vez que apenas em junho o resultado foi efetivamente negativo (-0,9%). “O aspecto negativo do resultado de agosto é o fato de quatro das oito atividades pesquisadas terem registrado queda significativa, três ficarem estáveis e só uma ter apresentado alta”, comentou em nota.

Ele destacou que as lojas de departamento são o principal tipo de empresa atuante no setor de “Outros artigos de uso pessoal e doméstico”, que mostrou a maior queda mensal. “Elas tiveram, em 2023, um ano muito turbulento, com registros de problemas contábeis afetando alguns dos principais ‘players’ desse mercado, fazendo com que revisassem seus balanços patrimoniais. Isso provocou ajustes em toda a cadeia produtiva, levando à redução do número de lojas físicas”, explicou.

Santos pontua ainda que o aumento na competitividade com outros nichos, somado a sazonalidade de promoções também foram fatores de influência para a queda no volume de vendas em agosto.

Além da atividade de artigos de uso pessoal e doméstico, mostraram queda “Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%), Móveis e eletrodomésticos (-1,6%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), Combustíveis e lubrificantes (-0,2%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%). O único setor que mostrou crescimento entre julho e agosto de 2024 foi Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,3%).

Santos destacou que, no caso de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, a atividade que sofre muita influência da variação do dólar, uma vez que é dependente da produção externa.

Regiões

No recorte de estados, quando comparados os resultados de agosto e julho de 2024, 17 das 27 unidades da federação tiveram desempenho negativo, com destaque para Minas Gerais (-2,4%), Tocantins (-2,0%) e Rondônia (-1,8%). Entre os dez estados com resultados positivos, Roraima (2,2%), Ceará (2,1%) e Bahia (1,3%) se destacaram.

Já no comércio varejista ampliado, 16 unidades da federação apresentaram resultados negativos, com Mato Grosso do Sul como destaque (-4,5%), além de Minas Gerais (-2,9%) e Acre (-2,5%). Rio Grande do Sul (1,9%), Rio Grande do Norte (1,3%) e Roraima (1,3%), porém, chamaram atenção pelo lado positivo. Já o Amapá e o Distrito Federal mostraram estabilidade (0,0%).

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.