Publicado em 18/10/2024 às 16h27.

Oposição discute no WhatsApp, e deputado que orou por Lula deixa grupo

Deputados de oposição não aceitaram oração de Otoni de Paula a Lula durante um evento no Palácio do Planalto e discutiram no WhatsApp

Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

A oposição ao governo Lula no Congresso lavou roupa suja nos grupos de WhatsApp após o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) orar pelo presidente da República durante um evento aberto no Palácio do Planalto, nesta semana. Parlamentares comentaram o fato internamente e reclamaram sobre a atitude do congressista carioca, um dos expoentes da bancada evangélica. Após as críticas dos colegas, ele deixou o grupo. A informação é da coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles.

“Amigo, esse cabra [Lula] não sabe nem quem é Jesus. Desculpe!”, escreveu um deputado após a notícia sobre a oração ser compartilhada no WhatsApp da oposição. “Isso é um insulto ao grupo”, reclamou outra deputada, em seguida.

A coluna de Cappelli aponta que nos bastidores, os parlamentares avaliam que o gesto ao presidente aconteceu porque Otoni é cotado como candidato a senador pelo Rio de Janeiro. Ele é aliado do prefeito reeleito na capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), e poderia contar com o apoio de Lula para preencher uma das vagas na corrida pelo Senado. Em troca, o deputado tem a oferecer ao PT uma nova porta para o segmento evangélico.

Otoni deixou o grupo da oposição na Câmara, que reúne somente os deputados. O parlamentar, porém, permaneceu no grupo do Congresso Nacional, que reúne também os senadores contrários ao governo Lula.

“Você deve ter razão. Minha saída do grupo não representa mudanças dos meus valores, apenas entendo que devo tomar essa decisão para não criar constrangimentos internos. Porém, a amizade e o respeito continua da minha parte. Deus abençoe a todos”, escreveu Otoni no grupo do Congresso, ao explicar a saída do grupo da Câmara.

Antes, o deputado carioca tentou explicar. “Leiam e esclareçam. Não estou defendendo Lula ou o PT, mas o verdadeiro papel da igreja de Jesus: diálogo e intercessão pelas autoridades”, escreveu. A mensagem não surtiu efeito e os colegas continuaram irritados, acrescenta o Metrópoles.

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