Ibovespa fecha em alta e volta aos 130 mil, após falas de Haddad e Campos Neto
Índices dos EUA terminam mistos em meio a mais uma rodada de balanços e com Treasuries em baixa
O Ibovespa (IBOV) encerra uma sequência de cinco derrotas e fecha com alta de 0,65%, aos 130.066,95 pontos, um ganho de 833,84 pontos. O dólar comercial oscilou bastante durante o dia, predominando a alta, para no final cair 0,52%, a R$ 5,66. Os DIs (juros futuros) ficaram com baixas bastante amplas por toda a curva.
De acordo com informações do portal infoMoney, o IBOV subiu, mas não era o que parecia que ia acontecer. Não no início da sessão e até o meio da tarde. Isso porque o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) enxugou qualquer pingo de esperança que houvesse com a inflação brasileira neste ano. A prévia da inflação oficial do país, acelerou para 0,54% em outubro, após mostrar variação de 0,13% em setembro. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,71%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,47%, acima dos 4,12% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Segundo os analistas, o resultado só corrobora com a ideia de que o Banco Central (BC) deve mesmo aumentar a Selic em 0,50 pp na próxima e reunião e, provavelmente, mais 0,50 pp na última do ano. Para Igor Cadilhac, economista do Pic Pay, praticamente todas as composições apresentaram uma aceleração acima do previsto. Além disso, as expectativas futuras continuam sendo um dos principais desafios. “Diante desse cenário, do ponto de vista da política monetária, o Copom deverá acelerar o ritmo e optar por uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic na reunião de novembro”, disse.
Com o quadro fiscal brasileiro ainda pressionando, o economista sênior do Inter, André Valério, destacou que agora “a expectativa é para eventuais ajustes fiscais que o governo possa implementar passada as eleições, principalmente no lado da contenção de gastos, que, se ocorrer, ajudará a desacelerar o PIB e retirar pressões da inflação”.
Virada do Ibovespa
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falaram a jornalistas nos Estados Unidos (EUA), após encontro do G20, e as falas das duas autoridades empolgaram (ou aliviaram) os investidores. Ambos defenderam o fortalecimento do arcabouço fiscal. Campos Neto disse que o anúncio de medidas fiscais que deve ser feito pelo governo vai endereçar parcialmente as reações observadas no mercado relacionadas à preocupação com as contas públicas. O presidente do BC autônomo dizer isso pareceu música.
As ações passaram a subir. A Petrobras (PETR4) terminou o dia com mais 0,67%, mesmo com o petróleo internacional fechando mais um dia no vermelho – hoje marcou também o anúncio de que a companhia não vê exploração da foz do Amazonas em 2024.
A Vale (VALE3), que solta balanço do 3T24 logo mais, após o fechamento do mercado, já oscilava, passou a subir e fechou com mais 0,59%, na máxima do dia, mesmo com o minério de ferro em queda.
Os grandes bancos já subiam e as declarações das autoridades impulsionaram menos as ações. Itaú Unibanco (ITUB4) foi o grande destaque, com alta de 0,90%, enquanto Bradesco (BBDC4) lutou para fechar com mais 0,20%.
Os varejistas também viraram para alta, com Magazine Luiza (MGLU3) ganhando 3,61% e apagando parte das perdas de ontem. Lojas Renner (LREN3) teve ainda o impulso da aprovação da bonificação de ações na proporção de 1 nova ação para cada 10 papéis detidos pelos investidores e mais. Fechou com alta de 4,84%.
Usiminas (USIM5) ganhou 1,59%, com analistas projetando melhora no balanço do 3T24, que será divulgado amanhã, antes da abertura.
E mais uma vez Hypera (HYPE3) foi centro das atenções, ao subir 1,54%, agora com a negativa com relação à proposta feita pela EMS. Para o BBI, as expectativas devem se voltar para uma potencial melhora na oferta.
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