Brasil é certificado pela OMS como país livre da elefantíase
Brasil se une a mais 19 países e territórios também certificados pela eliminação da doença como problema de saúde pública
O Brasil recebeu nesta segunda-feira (11) o certificado de país livre da filariose linfática, doença popularmente conhecida como elefantíase. O documento foi entregue ao governo brasileiro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) durante cerimônia na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília.
“Eliminar uma doença é um esforço muito grande por conta das relações entre algumas doenças e a pobreza, uma relação de círculo vicioso. São os mais pobres os que mais adoecem e, quando eles adoecem, se tornam ainda mais pobres. Perdem produtividade, a família tem mais despesas para levar à unidade de saúde, à reabilitação”, avaliou o diretor da Opas, Jarbas Barbosa.
Segundo matéria da Agência Brasil, em seu discurso, Jarbas Barbosa disse que eliminar doenças passíveis de erradicação deve ser estratégia prioritária. “Não é só sobre saúde pública. Estamos falando de um imperativo ético e moral. Se temos as ferramentas para eliminar uma doença, temos que identificar onde estão as pessoas acometidas, quais são as barreiras que existem, desenvolver novas estratégias”, afirmou.
“Para que a gente consiga remover as barreiras e fazer com que as pessoas se beneficiem das inovações que vão sendo desenvolvidas”, disse, ao citar como exemplo novos medicamentos, vacinas, testes laboratoriais ou mesmo maneiras diferentes de organizar os serviços, de forma que haja mais acesso.
“É um parabéns e um desafio. Como foi possível eliminar a filariose, é possível eliminar oncocercose, tracoma, avançar muito com a tuberculose, com o HIV. Acho que o Brasil tem todas as condições de continuar sendo esse líder regional”, completou Jarbas, destacando o compromisso de estados e municípios e também de instituições acadêmicas e científicas.
Durante a cerimônia, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que doenças como a filariose linfática não apenas refletem as desigualdades sociais como causa, como também reforçam as condições de pobreza. “São causas e são efeitos ao mesmo tempo. Por isso, esse momento é tão especial.”
“Pessoas afetadas pela filariose linfática, é a essas pessoas que dedicamos esse certificado. É a essas pessoas que esperamos poder resgatar, de alguma forma, uma dívida histórica neste país que é a dívida de cuidar, de não permitir as chamadas doenças da pobreza – e não são doenças da pobreza, são doenças da omissão, da falta de cuidado”, acrescentou.
Entenda
Considerada uma das maiores causas globais de incapacidade permanente ou de longo prazo, a filariose linfática ou elefantíase permanecia endêmica no Brasil apenas na região metropolitana do Recife, incluindo Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. Segundo o Ministério da Saúde, o último caso confirmado foi registrado em 2017.
Causada pelo verme nematoide Wuchereria Bancrofti, a doença é transmitida pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus, conhecido como pernilongo ou muriçoca, infectado com larvas do parasita. Entre as manifestações clínicas mais importantes estão edemas ou acúmulo anormal de líquido nos membros, nos seios e na bolsa escrotal.
Cenário global
De acordo com a OMS, o Brasil se une a mais 19 países e territórios também certificados pela eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública: Malawi, Togo, Egito, Iêmen, Bangladesh, Maldivas, Sri Lanka, Tailândia, Camboja, Ilhas Cook, Quiribati, Laos, Ilhas Marshall, Niue, Palau, Tonga, Vanuatu, Vietnã e Wallis e Futuna.
Nas Américas, três países permanecem classificados pela entidade como endêmicos para a doença: República Dominicana, Guiana e Haiti. De acordo com a OMS, nesses países, é necessária a administração em massa de medicamentos capazes de interromper a transmissão da doença.
Dados da OMS mostram que, em 2023, 657 milhões de pessoas em 39 países e territórios viviam em áreas onde é recomendado tratamento em massa contra a filariose linfática. A estratégia consiste na administração de quimioterapia preventiva para interromper a infecção. A meta definida pela OMS é eliminar pelo menos 20 doenças tropicais negligenciadas até 2030.
Mais notícias
-
Saúde e Bem Estar
16h40 de 26 de dezembro de 2024
Infertilidade é uma das complicações mais comuns em homens e mulheres que contraem IST’s
Sexo seguro é a melhor forma de evitar as Infecções Sexualmente Transmissíveis, responsáveis por 25% dos casos de infertilidade, de acordo com a OMS
-
Saúde e Bem Estar
15h51 de 26 de dezembro de 2024
Trabalhar exposto ao sol aumenta em 60% risco de câncer de pele
Uso diário do protetor solar é uma das principais medidas para prevenção da doença considerada evitável, apesar de sua alta incidência
-
Saúde e Bem Estar
13h57 de 26 de dezembro de 2024
Hospital do Oeste é referência na assistência a gestantes e bebês em situação de risco
Unidade do governo estadual possui suporte integral 24h em 36 cidades da macrorregião oeste.
-
Saúde e Bem Estar
12h48 de 26 de dezembro de 2024
Lula sanciona lei que flexibiliza tributação de medicamentos importados para uso pessoal
A lei também altera a legislação do programa Mover e aumentou as exigências de descarbonização da frota automotiva brasileira
-
Saúde e Bem Estar
10h54 de 24 de dezembro de 2024
Anvisa autoriza produção de versão brasileira do Ozempic, afirma jornal
A farmacêutica brasileira EMS recebeu a autorização, e produção ocorrerá em fábrica no interior de São Paulo
-
Saúde e Bem Estar
17h52 de 23 de dezembro de 2024
Estudo revela que consumo de café reduz risco de câncer de cabeça e pescoço
Estudo com 16 mil pessoas achou relação entre consumo diário de café e redução do risco de diferentes tipos de câncer de cabeça e pescoço
-
Saúde e Bem Estar
14h54 de 23 de dezembro de 2024
Dezembro Laranja: confira nove mitos e verdades sobre câncer de pele
Doença pode ser desenvolvida em qualquer pessoa
-
Saúde e Bem Estar
20h00 de 21 de dezembro de 2024
Brasil aumentou em 8% coleta de células-tronco de medula óssea
Entre janeiro e novembro deste ano, 431 células foram disponibilizadas
-
Saúde e Bem Estar
16h20 de 21 de dezembro de 2024
Higiene íntima feminina exige atenção redobrada no verão
Especialista alerta para necessidade de cuidados e medidas simples para evitar problemas ginecológicos
-
Saúde e Bem Estar
21h00 de 20 de dezembro de 2024
Sintomas como os “fogachos” sinalizam maior risco de doenças cardiovasculares em mulheres
E, os famosos "fogachos" ou ondas de calor, que são comuns durante esse período, são sintomas que têm relação com o aumento de risco cardiovascular