Publicado em 19/11/2024 às 12h51.

Ucrânia disparou mísseis americanos contra o território russo, afirmam autoridades do país

Ataques atingiram bases militares da Rússia e ocorrem no mesmo dia em que Putin alterou a doutrina nuclear do país

Redação
Fotomontagem: Reprodução/Redes Sociais e Reprodução/Facebook

 

A Ucrânia disparou seis mísseis ATACMS fabricados nos EUA contra a região russa de Bryansk, dias após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter permitido o uso de mísseis de longo alcance fabricados nos EUA em ataques dentro do território russo, é o que afirma o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado divulgado nesta terça-feira (19).

Segundo matéria do Estadão, Kiev já havia afirmado ter atingido um depósito de armas militares em Bryansk durante a madrugada, embora não tenha especificado quais armas utilizou. O Estado-Maior Ucraniano apontou que múltiplas explosões foram ouvidas no local.

Diversas agências de notícias russas repercutiram o comunicado do Ministério da Defesa que detalha o abate de cinco sistemas de mísseis táticos do Exército conhecidos como ATACMS, além da danificação de mais um, por parte dos militares russos.

Os fragmentos desta ofensiva caíram em uma instalação militar não especificada, segundo o ministério. Os destroços que caíram provocaram um incêndio, mas não causaram nenhum dano ou vítima, afirma Moscou.

Nova doutrina nuclear

O comunicado chega no mesmo dia em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou uma revisão da doutrina nuclear russa que amplia as circunstâncias nas quais Moscou pode lançar um ataque atômico contra a Ucrânia e a Otan.

O líder russo declarou que um ataque com armas convencionais à Rússia por qualquer nação apoiada por uma potência nuclear será considerado um ataque conjunto ao seu país. O endosso de Putin à nova política de dissuasão nuclear ocorre no milésimo dia após o envio de tropas para a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Questionado se a nova doutrina teria sido deliberadamente publicada após a decisão de Biden, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse apenas que o documento foi publicado “em tempo hábil” e que Putin instruiu o governo a atualizá-lo no início deste ano para que estivesse “de acordo com a situação atual”.

O novo texto determina ainda que a Rússia pode usar armas nucleares em resposta a um ataque nuclear ou convencional que represente uma “ameaça crítica à soberania e à integridade territorial” da Rússia e de sua aliada Belarus, uma formulação vaga que deixa amplo espaço para interpretação.

Mas não especifica, porém, se tal ataque necessariamente desencadearia uma resposta nuclear. Ele menciona a “incerteza de escala, tempo e local de possível uso de dissuasão nuclear” entre os princípios fundamentais da dissuasão nuclear. O documento também observa que uma agressão contra a Rússia por um membro de um bloco ou coalizão militar é vista como “uma agressão por todo o bloco”, uma clara referência à Otan.

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