Publicado em 19/11/2024 às 14h19.

Departamento de Justiça dos EUA pretende pedir a venda do Chrome pelo Google

Empresa diz que departamento vai além das questões legais do caso

Redação
Reprodução: Bloomberg/ Marlena Sloss

 

Altos funcionários antitruste do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) vão pedir a um juiz que obrigue a Alphabet (GOOG), controladora do Google, a vender seu navegador Chrome, em uma medida severa contra uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, segundo informações do portal Bloomberg Línea.

O departamento solicitará ao juiz, que decidiu em agosto que o Google monopolizou ilegalmente o mercado de buscas na internet, que imponha medidas relacionadas à inteligência artificial e ao sistema operacional de smartphone Android, segundo fontes familiarizadas com os planos.

As autoridades antitruste, junto com estados que se juntaram ao caso, também planejam recomendar que o juiz federal Amit Mehta imponha requisitos de licenciamento de dados, disseram as fontes, que pediram anonimato por se tratar de um assunto confidencial.

Se o juiz aceitar as propostas, elas têm o potencial de remodelar o mercado de buscas online e a emergente indústria baseada na tecnologia de inteligência artificial. O caso foi iniciado no primeiro governo de Donald Trump e teve continuidade sob o presidente Joe Biden. A ação também marca o esforço mais agressivo para controlar uma empresa de tecnologia desde a tentativa fracassada de Washington de desmembrar a Microsoft há duas décadas.

Ter o navegador mais popular do mundo é fundamental para os negócios de anúncios do Google. A empresa pode monitorar a atividade de usuários e usar esses dados para direcionar anúncios de forma mais eficaz, que geram a maior parte de sua receita.

O Google também tem usado o Chrome para direcionar usuários ao seu principal produto de inteligência artificial, Gemini, que tem o potencial de evoluir de um assistente virtual de respostas para um assistente que acompanha os usuários pela web.

Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios do Google, disse que o Departamento de Justiça continua a fazer pressão por meio de uma agenda radical que vai muito além das questões legais do caso.

“O governo interferindo desta maneira prejudicaria consumidores, desenvolvedores e a liderança tecnológica americana, justamente quando ela é mais necessária”, ressaltou.

O Departamento de Justiça não comentou sobre o assunto.

As ações da Alphabet subiram 0,73% por volta das 11h50 (horário de Brasília) nesta terça-feira, em Nova York.

 

 

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.