Publicado em 27/11/2024 às 13h45.

Lula diz que oposição da França não influenciará acordo com a UE: ‘não apitam mais nada’

Segundo o presidente, quem "apita" nesta questão é a Comissão Europeia

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (27) que deseja fechar um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia ainda neste ano e que a posição contrária da França não será determinante para inviabilizar a assinatura. “Se a França não quiser, eles não apitam mais nada”, afirmou o presidente durante o Encontro Nacional da Indústria (ENAI).

Segundo matéria do Estadão, Lula afirma que quem “apita” nesta questão é a Comissão Europeia. O presidente chegou a comparar o comércio internacional a uma guerra e afirmou que deseja que o agronegócio brasileiro cause raiva em políticos franceses.

As declarações vêm em meio a um contexto de tensão entre os produtores de carne do Brasil e o Carrefour. O presidente da rede francesa, Alexandre Bompard, disse dias atrás que deixaria de vender carne do Mercosul no país europeu. “Nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”, chegou a dizer o deputado da UDR, de direita, Vincent Trébuchet. O CEO da rede de hipermercados, posteriormente, se desculpou pelo ocorrido.

O caso mobilizou o agronegócio e o governo brasileiro em uma rara convergência entre Lula e o setor. “Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que hoje achincalhou os produtos brasileiros”, afirmou o presidente. “Comércio é uma guerra.”

Novos mercados

Lula disse também que o Brasil precisa avançar em parcerias comerciais com novos países para conseguir superar a dependência de acordos apenas com países ricos. “O Brasil não precisa ficar preso à sua história, aos países que nos colonizaram. Comércio é guerra”, disse Lula.

Diante de uma plateia de empresários, o presidente afirmou que o governo se manterá empenhado em conseguir novos acordos comerciais. “Quero fazer reuniões com a Índia. Em março iremos para o Japão. Depois vamos para o Vietnã”, afirmou ele, que cobrou a priorização dos interesses brasileiros.

Segundo Lula, as relações comerciais não devem considerar determinados fatores políticos. “Não quero brigar com os EUA, não quero saber se presidente é Biden ou Trump. Temos nossos interesses, eles têm os deles. Nossos interesses têm que convergir”, afirmou.

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