Publicado em 27/11/2024 às 19h00.

‘O prefeito deveria tomar providências eficazes’, diz vereadora sobre efeitos da chuva

"O que a Prefeitura de Salvador faz? Geomantas, que são tapetes para esconder a terra e que dão uma proteção superficial", afirmou a vereadora, nesta quarta-feira (27)

Esther Silva / João Lucas Dantas
Foto: Assessoria Marta Rodrigues

 

Em entrevista ao bahia.ba, a vereadora Marta Rodrigues (PT) rebateu a forma como o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), lida com as fortes chuvas que atingem a capital baiana desde a madrugada de sábado (23). Nesta quarta-feira (27), um deslizamento de terra atingiu o bairro de Saramandaia, deixando um homem morto e algumas pessoas soterradas.

“O prefeito deveria tomar providências eficazes: reordenar a prioridade dos recursos, apresentar as encostas, fazer audiências públicas com a população para conhecer suas demandas. Ele devia apresentar o mapeamento das áreas de risco, abrir as planilhas para discutir com a sociedade e com a Câmara o que é preciso para termos uma cidade segura e firme. Para se ter uma ideia, a atualização do último Plano Diretor de Encostas foi em 2004, há 20 anos”, afirmou a parlamentar, nesta quarta-feira.

A vereadora também criticou a Prefeitura ao alegar que “não há uma estratégia do ponto de vista do planejamento e da prevenção de catástrofes”.

“Faltam obras de micro e macrodrenagem importantes. E o que a Prefeitura faz? Geomantas, que são tapetes para esconder a terra e que dão uma proteção superficial. Há uma inversão de prioridades nos investimentos e, todo ano, o prefeito tem a mesma desculpa esfarrapada de que ‘a culpa foi da chuva’, como se fosse alguma novidade”, acrescentou Marta.

A petista, irmã do governador Jerônimo Rodrigues (PT), também pontuou o “despreparo” da gestão municipal, por não se preparar para as possíveis catástrofes, “sabendo que todo ano chove mais do que o previsto para Salvador”.

“Justamente por saber das mudanças climáticas, o Executivo municipal deveria ter um plano estratégico e eficaz de redução de danos e de salvaguardar vidas. Ano após ano, repetimos este cenário de alagamentos, transtornos, famílias perdendo casas, móveis e, em alguns casos, vidas. Pessoas que vivem perdendo a dignidade por causa da manutenção da pobreza e da falta de proteção sob a conveniência da Prefeitura”, criticou Marta.

Um estudo divulgado pela Casa Civil e pelo Ministério das Cidades identificou os municípios mais suscetíveis à ocorrência desses tipos de desastres para priorização de ações por parte da União. No estudo, divulgado pela Agência Senado, ficou demonstrado que Salvador está entre as dez cidades com mais áreas de risco de desastres.

“Mais da metade da população reside nessas localidades vulneráveis. A falta de atitude do Executivo municipal para amenizar essa realidade deixa evidente o desprezo da gestão e a ineficácia das ações de defesa civil na cidade. São 1.217.527 pessoas morando nessas áreas vulneráveis a deslizamentos de terra, alagamentos, desabamentos de imóveis, dentre outras tragédias. Metade da nossa população”, concluiu a vereadora.

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