Publicado em 29/11/2024 às 10h35.

Capital recebeu ao menos 3 alertas antes de deslizamentos, diz órgão federal criticado por Bruno

Centro nacional de monitoramento informou ter emitido aviso para adoção de plano de contingência diante de eventual desastre

Alexandre Santos
Foto: Corpo de Bombeiros

 

O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas), do governo federal, enviou ao menos três alertas meteorológicos apontando a possibilidade de deslizamentos de terra em Salvador. Nesta quinta-feira (28), o prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou que o sistema de radar do órgão não foi capaz de prever o volume de chuvas que atingiu a capital baiana nos últimos dias.

Segundo ele, satélites do Cemadec (Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil) apontaram que o índice pluviométrico seria inferior ao que causou uma série de transtornos na capital, incluindo duas mortes por soterramento no bairro da Saramandaia. O prefeito lamentou o episódio.

Procurado pelo bahia.ba, o Cemaden afirmou que não faz previsões de volume de chuva. Apenas envia alertas de desastres focando em processos hidrológicos e de movimentos de massa (deslizamentos de terra).

Segundo o órgão, um primeiro alerta com nível de classificação moderada foi enviado no sábado (23), quando as chuvas passaram a ser intensas na cidade. Na terça-feira (26), um novo alerta de nível alto foi emitido às 12h21. De acordo com o Cemaden, esse nível de aviso é utilizado diante da probabilidade de eventos como alagamentos e/ou deslizamentos de terra), o que trará potencial impacto para a população.

Neste caso, recomenda-se que o município acione seu plano de contingência para mitigação de eventual desastre.

Na manhã de quarta (27), dia em que a capital atingiu o triplo de chuva do que era esperado, o Cemaden mandou um terceiro aviso com o grau mais alto de importância.

“O alerta foi elevado para nível Muito Alto, máximo nível da escala, destinado apenas aos casos mais graves”, afirma o órgão.

Em relação ao radar meteorológico mencionado por Buno Reis, o Cemaden diz que o equipamento está inoperante, “momentaneamente”, por falta de recursos para manter sua estrutura física (rede de energia, internet, ar condicionado etc.).

O problema, segundo o Cemaden, não afetou o sistema de alertas. “A indisponibilidade do radar não impossibilitou o envio adequado dos alertas correspondentes, uma vez que o CEMADEN utiliza diversas fontes de informação, como dados de pluviômetros automáticos (próprios e de parceiros), estações geotécnicas, estações fluviométricas, imagens e estimativas de chuva por satélite, descargas elétricas etc.”

“Esse equipamento é de grande utilidade para detectar a precipitação que se desloca desde o oceano em direção ao continente, permitindo fazer uma previsão para um prazo de 1-2 horas”, diz o Cemaden.

 

 

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