Publicado em 12/12/2024 às 12h11.

Edir Macedo move ação contra a Netflix por uso de sua imagem em documentário sobre possessão

Segundo colunista, o processo pede a retirada de todas as imagens da obra que envolvam o bispo ou, pelo menos, que seu rosto seja desfocado nas cenas

Redação
Fotomontagem: Reprodução/Redes Sociais e Reprodução/Redes Sociais

 

O bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da emissora de televisão Record, entrou com uma ação na Justiça exigindo que a Netflix apague suas imagens do documentário “O Diabo no Tribunal”. O processo foi movido contra a gigante do streaming em outubro deste ano, é o que aponta o colunista Gabriel Vaquer, do portal f5.

A coluna teve acesso a documentos do caso, que está na Justiça de São Paulo. Lançado no ano passado, o documentário trata de um julgamento ocorrido nos Estados Unidos e onde é afirmado que uma “possessão demoníaca” foi utilizada oficialmente como argumento de defesa em um caso de assassinato, o que não foi aceito pela Justiça local para inocentar a situação.

Macedo afirma que a produção é “claramente sensacionalista” e veicula por duas vezes sua imagem, em “sessões de libertação”, sendo que os fatos narrados no documentário são relativos a denominações religiosas que não têm relação alguma com a Universal.

De acordo com o processo, as imagens foram captadas em reuniões nos quais fiéis da Universal buscam “se libertar de males espirituais”. O bispo Renato Cardoso, cunhado de Edir Macedo e apresentador do programa The Love School, da Record, e que também aparece no filme, é coautor da ação contra a Netflix.

“As imagens pessoais foram incluídas no filme sem a devida autorização no âmbito de um entretenimento claramente sensacionalista e de temática perturbadora, qual seja, uma possessão demoníaca e um posterior assassinato brutal”, afirmaram os bispos na ação.

Caso seja impossível, tecnicamente, excluir as imagens do documentário, os bispos pedem que seus rostos sejam desfocados de modo que os espectados não consigam identificá-los, aponta a coluna.

O que diz a Netflix?

Na defesa apresentada à Justiça, a rede de streaming afirmou que o documentário tem caráter biográfico e informativo e que as imagens dos bispos são utilizadas dentro do contexto geral da obra, a fim de ilustrar o embate de clérigos com fiéis “possuídos”.

A Netflix afirma ainda que não houve nenhum tipo de ato ilícito e que a produção não estabelece vínculo algum entre a Igreja Universal e os episódios que cercam o crime e pontuam também que os rostos dos bispos não são exibidos de forma clara na obra, já não sendo possível identificá-los.

A ação deve ser julgada nas próximas semanas. É a primeira vez que a empresa de streaming recebe processo de um dono de uma empresa de comunicação brasileira. Procurados pela coluna, Netflix e Edir Macedo, via Igreja Universal, não comentaram o assunto.

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