PL pagou quase R$ 100 mil em 2024 a assessor de Braga Netto, diz colunista
Coronel do Exército Flávio Peregrino, assessor do general Braga Netto tanto no governo Bolsonaro quanto no PL, recebeu quase R$ 100 mil do partido em 2024
Alvo da Polícia Federal neste sábado (14), o coronel do Exército Flávio Peregrino, assessor do general Braga Netto tanto no governo Bolsonaro quanto no PL, recebeu quase R$ 100 mil do partido em 2024. A informação é da coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles.
Segundo a publicação, ao contrário de Braga Netto, que teve o salário cortado pelo PL em fevereiro após ser alvo de operação da PF, Peregrino continuou recebendo vencimentos da sigla.
Para a Justiça Eleitoral, o PL declarou que Peregrino recebeu valores até junhoo deste ano. Foram seis pagamentos no valor de R$ 14,7 mil, descritos como vencimentos por “serviços técnico-profissionais”.
A coluna mostra ainda que existem outros dois pagamentos para o coronel, ambos feitos em janeiro, que foram lançados pelo PL na prestação de contas ao TSE como “aluguéis e condomínios”, sem maiores detalhes qual foi o aluguel feito com Peregrino.
O PL já pagou em 2024 quase R$ 700 mil em salários e benefícios para alguns dos indiciados pela Polícia Federal no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
O partido usa seu fundo partidário e doações de pessoas físicas para empregar ao menos cinco dos indiciados. Um deles é o próprio Bolsonaro, que já recebeu R$ 255,7 mil da legenda em 2024 até o momento.
Quanto o PL pagou para os indiciados pela PF:
Valdemar Costa Neto – R$ 255,7 mil
Jair Bolsonaro – R$ 255,7 mil
Tarcio Arnaud Tomaz – R$ 119,8 mil
Braga Netto – R$ 35,7 mil
Marcelo Costa Câmara – R$ 23,9 mil
Peregrino tinha sido citado no relatório final da PF sobre o inquérito do golpe. A corporação diz ter encontrado na mesa do coronel, na sede do PL, um documento que seria uma espécie de “perguntas e respostas” sobre a delação de Mauro Cid.
“O conteúdo indica se tratar de respostas dadas por Mauro Cid a questionamentos feitos por alguém, possivelmente relacionado ao general Braga Netto, que aparenta preocupação sobre temas identificados pela Polícia Federal relacionados à tentativa de golpe de Estado, evidenciando que o grupo criminoso praticou atos concretos para ter acesso ao conteúdo do Acordo de colaboração firmado por Mauro Cesar Cid com a Polícia Federal”, diz o relatório da PF.
Em uma das perguntadas, por exemplo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi questionado sobre “O que foi delatado” em relação ao “teor das reuniões”. A resposta, em primeira pessoa, diz que “nada”, porque “não entrava nas reuniões”.
“O contexto do documento é grave e revela que, possivelmente, foram feitas perguntas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo de colaboração realizado por este em sede policial, as quais foram respondidas pelo próprio, em vermelho”, disse a PF no relatório.
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