Publicado em 06/01/2025 às 19h22.

PT Bahia repudia atos racistas: ‘Racismo não aumentou, apenas passou a ser filmado’

Estado registra 700 casos de racismo em 2024, segundo dados da Polícia Civil

Redação
Foto: Ascom/PT Bahia

 

A Secretaria de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores da Bahia (PT-BA) repudiou o ato racista cometido pela então gerente de um hospital de Salvador, Camila Ferraz de Bastos, no sábado (4), contra funcionárias de uma loja da capital baiana. O secretário de Combate ao Racismo do PT baiano, Evilaiton José, cobrou a aplicação rigorosa da Justiça contra um caso tão grave de discriminação racial, que foi filmado por clientes do estabelecimento.

“O racismo não aumentou no Brasil, ele apenas passou a ser filmado. A enfermeira Camila Ferraz Barros, acredita que seu pomposo sobrenome lhe credencia e lhe faz apostar na impunidade no Brasil. A enfermeira que cometeu injúria racial contra funcionárias negras, já havia sido demitida de um grande hospital localizado no bairro de São Rafael e conseguiu emprego em outro hospital de uma rede privada grande e renomada. Uma segunda chance que dificilmente seria concedida a um negro afro-brasileiro”, destacou Evilailton José.

Para o secretário, as leis precisam ser cumpridas para impedir pessoas de acharem que “a sua hereditariedade, seus indicadores, parentes, sua cor de pele ou os seus sobrenomes irão, de algum modo, protegê-las de crimes ou lhes outorgar algum tipo de benevolência”.

O petista defendeu ainda que é preciso haver ainda mais engajamento na luta contra o racismo pelos negros, antirracistas e por todos aqueles que empunham a bandeira das causas sociais, acessando os poderes judiciário e legislativo. “Para isso, as políticas de reparação existem e precisam ser fortalecidas e ampliadas”, completou.

Entre janeiro e outubro de 2024, O Estado registrou 700 casos de racismo. Os dados foram divulgados pela Polícia Civil da Bahia (PC-BA).

A secretária de Mulher do PT Bahia, Liliane Oliveira, afirmou ser inadmissível que episódios como este ainda sejam tão recorrentes. “Fica evidenciado o caráter racista das ofensas e que imputa subalternidade de mulheres negras em seu local de trabalho. A certeza da impunidade deve ser combatida com medidas exemplares para que, sendo gravada ou não, não seja tolerada em nossa sociedade. Ser antirracista é ter atitude antirracista!”.

Evilailton acrescentou que casos como os da gerente relembram tantos outros episódios ocorridos frequentemente em Salvador, a capital mais negra fora da África. “Mas também nos alerta para a necessidade de continuar na luta e no enfrentamento, como sempre estivemos. No meu lugar de fala, consigo dizer que tudo que foi conquistado pelas mulheres, pelos negros, pela comunidade LBGTQIAPN+ nesse país, até aqui, foi com apoio e com a mão forte e combatente do movimento de esquerda que representa o povo. A defesa pela igualdade de direito cria e implementa ações e políticas que demandam a reparação histórica ao povo negro. É deste lugar que repudio, repudiamos e cobramos providências ao crime cometido pela dita enfermeira Carolina Ferraz Barros”.

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